O que existe dentro de si que toma decisões mesmo quando você não quer fazer aquela coisa? O que existe dentro de si que nomeia os acontecimentos, classificando-os de bons ou maus? Se nem tudo passa pelo crivo da mente, ou pelos filtros da lógica, atraindo impulsos e ondas de predestinação, que parte dentro de si tem tomado conta de seus rumos?
Decidir que algo não lhe fará bem, sem ter a certeza do que virá, sem reconsiderar o imprevisível ou as mudanças naturais dos acontecimentos, sem respeitar o fluxo das informações que se somam incessantemente, fará algum bem a si? Você nunca saberá o quanto não sabia, enquanto interromper este fluxo. Nunca aproveitará o potencial máximo de nada, criando e estimulando comportamentos limitados. O jeito é observar e traduzir o instante com precisão.
A vida vai dando indicações e sinais da aproximação ou não do momento certo, para cada mudança e para cada transformação, sabedora que é dos ciclos existentes e da convergência ou divergência dos fatores inconscientes. A vida também é professora dos alunos mais afoitos. Ela corrige se preciso for, expulsa o que incomoda ou cria desarmonia, pergunta e desafia, mas ela também dá nota dez para os merecedores dedicados.
A vida, tal qual força volitiva, é este algo dentro de você que sinaliza a soberania das leis imutáveis do universo e a prevalência das qualidades natas em cada criatura, na hora de bordar o destino com as mãos. A vida como força, ignora os números e os anos vividos, ignora a fé e os desejos egoístas, rejeitando a autonomia e trocando o que parece pelo que poderá vir a ser. Olhemos para a vida com maior precisão. Ela tem muito a nos dizer.
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