Hoje alguém me jogou
espinhos. Confesso que não doeu, mas a mente bem que tentou torna-los uma
tragédia, uma injustiça sem tamanho, uma semente de sofrimento e outras de
ressentimento. Não dei ouvidos. Eram apenas espinhos, vindos de quem só tinha
espinhos a oferecer naquele momento. Não dei julgamentos nem rótulos à pessoa
que me lançou os espinhos, como se viessem de um animalzinho selvagem tentando
se defender, no seu habitat que eu invadira. Hoje alguém me lançou espinhos.
Não permiti em hipótese alguma que eles se transformassem em algo mais, pois
eram apenas o que são, espinhos. Cuidadosamente os removi um a um, com mansidão
no coração e nos dedos. Se não os valorizei, se não os aceitei, se não lhes dei
importância e significância, eles não são meus. Mas confesso algo que passou
pela minha cabeça enquanto os removia. Nunca tinha me sentido tão belo como as
roseiras.
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