Faz tempo que a gente não
se encontra. Há tanta coisa por dizer que até esqueci. Tanta coisa para
compartilhar que nem sei mais o que é imprescindível. Tempo não, faz uma
eternidade que você se foi, como se eu tivesse perdido minha importância e não
fizesse mais falta a minha falta. Daquilo que sentia e virou navalha, faço
questão de cicatrizar, mas daquilo que me adoçava e bebia aos canecos, dói não
ter mais. O quarto já não é mais o mesmo, o coração mudou de música, a lágrima
atrasada nem sabe para onde correr, coitada. Meus endereços de passado nada tem
em comum com o que há de vir, foram selados e jogados no bueiro de meus medos,
sem saber da existência dos mares. Meus endereços de futuro sonham novos
destinatários. Sabe aquela roupa que eu vestia e você gostava? Doei...Sabe
aquela palavra que era só nossa? Nunca mais será dita, pois era resultado de nossas
línguas trançadas. Sabe o seu vazio? Confundiu-se com o que sobrou de mim. Faz
tanto tempo, ou melhor, faz uma eternidade que a memória fossilizou seu nome...
na retina de meus olhos.
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