Na boca do mundo, o espaço
planetário é pequeno, mesmo assim a língua briga com os dentes. Pela fala
ardente feito pimenta, passam jatos de fogo de dragão. Pela fala esquecida dos
poetas, a língua dorme. Pela voz inquieta das cobranças, salivam as
imperfeições. Pela calma das mastigações, a fome se cala. Pela sede da
respiração ofegante, a língua seca.
Morder a língua é resultado
de julgamentos, de impropriedades e impropérios, de pressa, de intenções
corruptas, de pensamentos sujos e sem propósitos, de excesso de fluxos
raivosos. Dói tanto que os dentes se envergonham e a língua sangra, causando
mal estar no ambiente. Uma hora os dentes e a língua entendem que precisam um
do outro...e se harmonizam com pensamentos amorosos.
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