A mente de uma pessoa
deprimida é fácil de ser lida. Ela deixou de acreditar no futuro e nas pessoas,
deixou de acreditar na capacidade pessoal de realizar um sonho ou projeto
pessoal, mas colocou tanta atenção e fé nesta visão limitante que até seus
neurônios se cansaram da realidade e foram repousar no leito da apatia. Como
passou muito tempo de sua existência se preocupando ou se ocupando da vida dos
outros, sem obter retorno afetivo, sentiu o peso do que chamou de desamor,
construindo no diálogo interior a certeza de que perdeu importância na vida das
pessoas mais queridas. Cansou-se de não ser ouvida, de não ser considerada em
seus comentários, de segurar a barra emocional dos adultos que antes tratava como
incapazes de se cuidarem. Desgastou-se. Esgotou suas energias de superação e
otimismo. Para ela, não vale a pena se importar, quando ninguém mais se
importa, mesmo que isso não seja verdade. A mente distorceu-se no vazio das
horas. A pessoa vai bem, a mente é que está deprimida.
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