VAI E VEM EXISTENCIAL

 

Se você descobrisse quem você realmente é, você simplesmente desapareceria, você se soltaria do seu EU e entraria num caminho sem volta, seria dissolvido num espaço tão rico e absoluto que se tornaria a própria vastidão que o criou. Ao sair da eternidade e penetrar nos véus da vida, ao colocar os pés na água da existência, ganha-se uma percepção de individualidade com enormes consequências para sustenta-la. A primeira delas é o impacto da ilusão e da separação, onde a incompletude se torna motor e combustível para a caminhada. A segunda é o aprendizado difícil de viver na linha do tempo que delimita nossa finitude. A terceira é o apego à esta individualidade, sem que se dê chances de expandir a consciência para abrir mão das tentativas de controle, sem que se permita ser levado pela correnteza dos processos, sem que se encontre o caminho de volta para casa.

A BRISA E O RAIO

 

Há duas fontes de ansiedade no cérebro humano, a brisa e o raio. Uma delas é como o vento calmo e constante que vai tomando força na repetição e prossegue removendo o que encontrar pela frente até virar um furacão. Poucos pensamentos repetitivos e negativos tomam força de verdade, viram crença irrefutável para quem neles pensam, dominam a mente e começam a influenciar o corpo, gerando a ansiedade mental ou social, onde até um diálogo se torna ameaça pessoal. É um exercício de ruminação, um ato de focar exageradamente no aspecto negativo. A outra fonte aparece como um raio, descendo imperiosa sobre nossas percepções, passando rapidamente pela amígdala e ativando um alerta geral, acendendo as luzes vermelhas do perigo, congelando nossas ações diante de um ataque de pânico. É um exercício contrário, de inação, de inatividade, de bloqueio contra a realidade que nos faz sofrer. Se tudo começa pelos cinco sentidos, é melhor que a solução também comece por eles.

 

REPENSANDO O CONCEITO DE ALMA

 

Houve-se por aí que algumas pessoas, na hora de quase morte, assistem em segundos todo o filme de sua vida, chegando a dar créditos à sua Alma este feito com ares de espiritualidade. Mal sabem que uma das partes do cérebro, o hipocampo, funciona como um organizador de memórias, um centro de arquivos e manutenção delas, justamente a função que se atribui à Alma como um aspecto espiritual que trabalha de bibliotecária do Registro Akáshico. Tal comparação leva-nos a questionar a existência da Alma como um Ser avulso, como uma energia independente que entra e sai do nosso corpo quando quiser, devolvendo-a ao plano corpóreo, algo como o ego, ambos sendo construções mentais para melhor experienciar a vida. Fora do âmbito religioso nada se pode comprovar ou atestar sobre ela. Porém, nem tudo o que não vemos deixa de existir por causa de nossa ignorância. Mesmo assim, às vezes não custa nada repensar fora da casinha para que nos aproximemos das coisas invisíveis.

RESTRIX (3)

 

Tudo o que acontece aos computadores, acontecerá aos seus usuários. Estão hackeando nossas emoções, mutando ou silenciando nossa voz, deletando nossa liberdade de escolha, fazendo downloads de programas sociais em nossa cabeça, transformando nossas informações pessoais em algoritmos, impondo apagões em nossa capacidade de pensar, implantando microfones embutidos em nossa vida privada, espalhando câmeras secretas nas ruas para identificar cada pessoa transitando, transformando governos em nossos únicos provedores. Estamos assistindo à robotização dos humanos à nível global, mas não temos a menor ideia de quem esteja por trás de tudo isso. Logo mais seremos substituídos por máquinas, se não formos capazes de fazer um update de consciência.

RESTRIX (2)

 

O que tinha que ser feito já foi feito, de forma emergencial já foi feito aos trancos e barrancos. Deu tempo suficiente para pesquisas científicas sobre as consequências, uma vez que nem os fabricantes quiseram arcar com suas responsabilidades, pensando apenas no lucro, em detrimento de riscos à vida humana. Os véus começam a cair, um a um, quando novas restrições inconcebíveis e contraditórias testam mais uma vez os limites das liberdades e dos direitos humanos. O cansaço desta crise prolongada desgastou a passividade, a aceitação pura e cega, a manipulação da mídia com viés político, a falsa preocupação com todos. Estamos ouvindo o som da guilhotina se aproximando de nossa fila, mesmo sem saber ao certo tudo o que realmente esteja acontecendo nos bastidores. Ou a verdade se manifeste para nos salvar ou não teremos mais tempo de barrar o impensável e o inaceitável.

O NINHO NA CABEÇA

 

Toda vez que enfrentamos um desafio difícil ou doloroso na vida, somos tomados por desânimo e frustração, por um vazio emocional sem tamanho, por sensações de impossibilidade diante da dificuldade de lidar com as perdas. Alguns, ao extremo, caem em depressão. Outros acessam uma força vital dentro de si e se superam silenciosamente bem. Em qualquer destas situações, os pensamentos exercem profunda importância na hora de dar nome a estas sensações. Uns dizem estar perdidos, outros dizem não saber o que fazer, outros pensam incessantemente na mesma coisa e batem sempre na mesma tecla. Cada um escolhe seus pensamentos e sofre ou aprecia suas consequências, tornando-se protagonista da própria estória. No exercício da plena consciência, a escolha positiva dos pensamentos prevalece. Sem consciência, os pensamentos viram erva daninha no ninho das cabeças.

 

RESTRIX

Vários países chegaram aos seus limites de controle social. Como a pressão criada tem que encontrar uma válvula de escape, as pessoas começaram a protestar de maneira quase violenta contra as novas restrições que, de ciência, não tem nada. Cordeiros não tem escolhas, essa é a grande verdade. Os poderosos capitalistas usaram a crise sanitária, como cavalo de troia, para implantar medidas draconianas de empobrecimento de todos os povos. Desemprego aumenta em todas as Nações, trazendo junto o desabastecimento de alimentos e a inflação descontrolada. Já já as pessoas vão começar a pedir as cabeças dos governantes mais tirânicos. Alguém sempre começa a acordar os que dormem. Austríacos, Australianos, Holandeses, Croatas e Dinamarqueses são os que mais sofrem com prisões e multas absurdas, elevando os protestos contra as picadas para um outro nível de ativismo político. Estamos testemunhando ao nascimento de um caos global. A violência australiana contra a população é mais um teste social sobre a incapacidade de mobilização daqueles que pararam de pensar e pode estender-se gradualmente para outros países, dando prosseguimento ao novo reset.

 

EDUCAR PARA A LÓGICA

 

Educar as crianças no século XXI, sem promover o pensamento livre, é perpetuar a velha maneira de educá-las para a adaptação ao que a ciência defendeu através dos séculos. Sem o cultivo supervisionado do pensamento livre, abortam-se os novos pensadores, eliminam-se na raiz os rebeldes do pensamento, simplesmente adequando-os ao pensamento lógico como conhecimento supremo. A lógica também é uma casinha, ainda mais se analisarmos por experiência pessoal como a vida não tem lógica, a morte não tem lógica, como a própria ciência é lenta e limitada diante do todo. Se as crianças livres aprendem sozinhas pelo poder das descobertas e do espanto, por tentativa e erro, por curiosidade máxima, elas conduzem o processo de aprendizagem tal e qual um processo. Elas filosofam brincando, desenvolvem sinapses compartilhando, produzem conexão com coisas maiores do que elas ou maiores do que o entendimento de seus pais. Abramos espaço para o pensamento livre entre as crianças, deixando-as serem crianças também no autoaprendizado.

TEMPO DE AUTOCUIDADO

 

Quem perde a autonomia pessoal, por motivos de doença, pode contar com familiares ou com instituições públicas e de caridade. Quem perde a autonomia financeira, por motivos de endividamento monetário, pode contar com amigos ou emprestadores de dinheiro. Quem perde a autonomia emocional, por motivos vários, pode contar com o uso de medicamentos psiquiátricos e psicoterapias convencionais ou holísticas. Se ter autonomia é algo que nos acompanha desde a infância, mas tende a nos abandonar nos últimos anos de vida, é melhor pensar e repensar antecipadamente, nas consequências que a perda de autonomia pode nos trazer, elaborando estratégias de sobrevivência e superação, além de iniciar rapidamente vários procedimentos de autocuidado.

 

CONTROLANDO O INCONTROLÁVEL

 

Qualquer pessoa sente necessidade de estar em controle das situações por sobrevivência. É força de instinto lutar pela vida, eliminar as ameaças, contornar obstáculos, remover limitações, combater inimigos reais e imaginários, desconstruir conceitos dos outros, dominar territórios geográficos e emocionais, evitar repetição de eventos traumáticos, dar a última palavra ou demonstrar força em público. Porém, nem toda situação é controlável ou gerenciável, nem toda circunstância apresenta perigo real e nem todo evento é plenamente negativo. Há males que vem para o bem, perdas que se tornam ganhos, prejuízos de uns que beneficiam a outrem, atrasos que salvam vidas, trocas indesejadas que geram felicidade, tempo perdido que vira bestseller, discussões que trazem crescimento e mortes que provocam maturidade e crescimento pessoal de quem ficou. De tudo isso, resta o aprendizado sábio de que não se controla o incontrolável quando a caminhada é mais importante do que o caminho.

POLARIDADES OCULTAS

 Um problema esconde outros problemas. Uma pandemia esconde outras pandemias. Uma crise esconde outras crises. Uma decisão esconde outras decisões. Uma notícia esconde outras notícias. Uma negociação esconde outras negociações. Uma mentira esconde outras mentiras. Uma realidade esconde outras realidades. Uma intenção esconde outras intenções. Uma palavra esconde outras palavras. Um comportamento esconde outros comportamentos. Um mistério esconde outros mistérios.

Embora se diga que nada se esconde sob o Sol, há noites escuras após cada dia, após cada problema, cada pandemia, cada crise, cada decisão, cada notícia, cada negociação, cada mentira, cada realidade, cada intenção, cada palavra, cada comportamento e cada mistério. Tudo pode ser rastreado e hackeado, descoberto e revelado, denunciado e cobrado, mas também tudo por ser alterado e manipulado, corrigido e exagerado, subtraído e mascarado, multiplicado e reinventado. Este é o mundo das polaridades ocultas.

FRAGMENTOS DE UM POEMA PERDIDO

 

Faz tempo que a gente não se encontra. Há tanta coisa por dizer que até esqueci. Tanta coisa para compartilhar que nem sei mais o que é imprescindível. Tempo não, faz uma eternidade que você se foi, como se eu tivesse perdido minha importância e não fizesse mais falta a minha falta. Daquilo que sentia e virou navalha, faço questão de cicatrizar, mas daquilo que me adoçava e bebia aos canecos, dói não ter mais. O quarto já não é mais o mesmo, o coração mudou de música, a lágrima atrasada nem sabe para onde correr, coitada. Meus endereços de passado nada tem em comum com o que há de vir, foram selados e jogados no bueiro de meus medos, sem saber da existência dos mares. Meus endereços de futuro sonham novos destinatários. Sabe aquela roupa que eu vestia e você gostava? Doei...Sabe aquela palavra que era só nossa? Nunca mais será dita, pois era resultado de nossas línguas trançadas. Sabe o seu vazio? Confundiu-se com o que sobrou de mim. Faz tanto tempo, ou melhor, faz uma eternidade que a memória fossilizou seu nome... na retina de meus olhos.

 

A BOCA E A LÍNGUA

 

Na boca do mundo, o espaço planetário é pequeno, mesmo assim a língua briga com os dentes. Pela fala ardente feito pimenta, passam jatos de fogo de dragão. Pela fala esquecida dos poetas, a língua dorme. Pela voz inquieta das cobranças, salivam as imperfeições. Pela calma das mastigações, a fome se cala. Pela sede da respiração ofegante, a língua seca.

Morder a língua é resultado de julgamentos, de impropriedades e impropérios, de pressa, de intenções corruptas, de pensamentos sujos e sem propósitos, de excesso de fluxos raivosos. Dói tanto que os dentes se envergonham e a língua sangra, causando mal estar no ambiente. Uma hora os dentes e a língua entendem que precisam um do outro...e se harmonizam com pensamentos amorosos.

O QUE TURVA O CENÁRIO

 

As ruas estão sujas de sangue, derramado pelas diferenças. As águas estão sujas de toxinas do dinheiro vil. As mãos estão sujas de mucos, produzido pelo egoísmo. Os céus estão sujos, pela química de caminhos criminosos. As fronteiras estão sujas, pelo odor pútrido das ilegalidades. As músicas estão sujas, pela agenda irresponsável de seres desumanizados. A política está suja, pelas luzes que cegam. As rosas estão sujas, pela ganância dos poderosos. Os alimentos estão sujos, pelo desrespeito com a natureza. As mentes estão sujas, pela força das loucuras que doem. Só o coração dos garis está limpo, mas eles se encontram de férias do mundo.

 

CHÃO DO AMOR

 

De onde vem a paixão, o sonho, a felicidade, o sucesso, tem importância fundamental para a realização pessoal. Este espaço é mais importante do que a expressão externa de algo. É ali que surge a energia de manifestação, o impulso vital, ali se reúnem o macro e o micro numa dança existencial, ali se ensaiam os primeiros passos no chão do amor. O sopro dá partida para novos processos na lentidão da mansidão da imensidão. A existência não necessita de agendas, apenas se faz presente para realimentar as leis do universo que se organizam em processos variados ou infinitos. A energia de manifestação começa a tomar forma para atravessar a parede frágil da linha do tempo. A vida se permite sair do estado de glória e entrar no princípio da incerteza. Metas, propósitos, sonhos e sentido ali fazem morada. Felizes os que sabem seu endereço.

CONEXÃO E COINCIDÊNCIAS

 

Conexão não é coincidência. Se aceitamos a sincronicidade, aceitamos automaticamente a multidiversidade interconectada, recebemos muita energia em forma de informação, interagimos com o campo energético e através de micropartículas podemos construir algo. Conexão é levar e trazer o olhar certo, para cada circunstância, como única forma de estar presente. Conexão é levar a experiência além do tempo e do espaço, tornando-a eterna.

Coincidência é diferente. É prender-se a alguma distração, identificar-se com a aparência e narrar como verdade o que imaginou. Coincidência é aceitar o limitado ao pensar que se chegou no infinito, sem ter tempo de repensar. É sorrir de bobeira, achar que o tolo é mistério, contar vantagem para as paredes e ainda acreditar que ela ouviu. É o olhar errado, com valor diminuído. É abraçar o pouco e fazer questão de esquecer. Não me ganham as coincidências. Alimento as conexões.

MENTES DEPRIMIDAS

 

A mente de uma pessoa deprimida é fácil de ser lida. Ela deixou de acreditar no futuro e nas pessoas, deixou de acreditar na capacidade pessoal de realizar um sonho ou projeto pessoal, mas colocou tanta atenção e fé nesta visão limitante que até seus neurônios se cansaram da realidade e foram repousar no leito da apatia. Como passou muito tempo de sua existência se preocupando ou se ocupando da vida dos outros, sem obter retorno afetivo, sentiu o peso do que chamou de desamor, construindo no diálogo interior a certeza de que perdeu importância na vida das pessoas mais queridas. Cansou-se de não ser ouvida, de não ser considerada em seus comentários, de segurar a barra emocional dos adultos que antes tratava como incapazes de se cuidarem. Desgastou-se. Esgotou suas energias de superação e otimismo. Para ela, não vale a pena se importar, quando ninguém mais se importa, mesmo que isso não seja verdade. A mente distorceu-se no vazio das horas. A pessoa vai bem, a mente é que está deprimida.

SABEDORIA PARA BEM VIVER

 

Do passado eu uso a experiência e a atenção, do presente eu fico com a lucidez e a iniciativa, do futuro eu tomo a imaginação e a criatividade, do pai eu recolho os valores, da mãe eu recolho o amor incondicional, do individual eu fico com a energia das boas intenções, do coletivo eu evito fazer o que a maioria faz, da mente eu conto com a razão pura e simples, da emoção eu extraio os desejos do meu coração, do corpo eu utilizo a mobilidade incessante, do espírito eu me alimento com luz, do provisório eu abraço as oportunidades, do eterno eu conto com a tranquilidade, da morte eu aprendo a renascer todos os dias, da vida eu respiro a força que me mantém útil, de Deus eu absorvo todas as bênçãos possíveis ...e do nada eu me dissolvo com todo o meu tudo que nunca foi meu.

 

CICATRIZES NO ROSTO

 

Hoje busquei o que me faltava. Na verdade, queria mesmo era me reencontrar, saber se a manhã do amanhã me aguardaria perto de um violão. Queria visitar o vazio sem nele me desenhar, andar de navios sobre o papel carbono, soltar fogo pela pele fria e calar o que não se fala jamais. Foi por isso que não estava no chão o que eu procurava. Nem no corpo. O silêncio pediu pedras e com elas me feriu devagarinho nas correntes da noite. A verdade me apontou a estrada. A manhã prenunciou abandonos. O vazio despiu meias palavras. Os navios sonoros viraram pinturas na parede. O fogo apagou. O silêncio fugiu para o ninho. As pedras, nem sei quem atropelaram na noite escura. Mais um muro foi erguido por uma faca sem sonhos. O que falta ainda me dói ao longe. Agora procuro incessantemente pelo agora, assim não mais buscarei quem me faltava antes de ir embora.

 

MAMÍFEROS

 

Somos todos seres gregários, seres coletivos e comunitários, seres mamíferos que não vivem sozinhos por escolha. De galho em galho, de desejo em desejo, nossos olhos atentos se aproximam como quem nada quer ou se impõem no território para liderar o grupo. Quando, porém, acontece de perdermos o outro de vista, seja por circunstância ou descuido, seja por distração ou indiferença, esta perda de contato vira perda de conexão. Para os mamíferos hominídeos, perder a conexão com os outros, por tempo prolongado, é adoecer pelo vazio. O outro é um ser para desfrutar de convívio, para sentir-se vivo e funcional, para expressar emoções saudavelmente, para efetuar trocas afetivas e descobertas. Amamos clãs, gangs, times, equipes, sociedades, grupos, comunidades, pois deste convívio, aprendemos não só a conviver com as desumanidades, mas também com as humanidades de quem não sabe demonstrá-las com grandeza.

 

A SOMBRA DE CADA UM (2)

 

Não se pode negar que existam coisas ocultas, verdades pouco reveladas às multidões, conhecimentos sagrados que necessitam ser protegidos de mau uso. Não se nega também que muitas verdades sobre nós mesmos nunca são descobertas em vida, tamanha a complexidade do ser humano, tamanha a distração do mundo exterior, tamanha a força da ignorância diante daqueles que não querem ver. Se até a lua tem seu lado oculto, há que se preservar um dos lados de qualquer coisa ou criatura, para não se destruir a obra de forma irreversível como testemunha maior da criação. A sombra é parte do todo e como parte deve ser respeitada e incluída, mesmo sem ser revelada aos outros. Felizes os que a abraçam em sua integridade.

A SOMBRA DE CADA UM (1)

 

Não se pode negar que todos nós temos o lado sombra, o lado oculto ou misterioso, o lado que não nos deixa confortáveis em compartilhar com o mundo para não sermos julgados nem desprezados. Esse lado que não honramos como parte nossa por motivos de vergonha, ou por medo da insignificância que ele adicionaria às nossas percepções diante do mundo, é sempre guardado a sete chaves. Tal qual a sombra de nosso corpo criada pelo sol, ela é colocada atrás, ou no máximo à frente, jamais ao nosso lado a lado. Se nossa sombra fosse respeitada por nós, não haveria necessidade de mentirmos e omitirmos tanto nossas diferenças e particularidades.

Há uma exigência de perfeição e perfeccionismo no ar, uma cobrança de acertos contínuos, um instinto de sobrevivência diante das ameaças físicas, emocionais e silenciosas. Há uma sensação de se preservar a qualquer preço, sem ter que mostrar nossas características individuais, como se elas fossem fraquezas e defeitos que ninguém mais tem. Porém, nada se esconde sob o Sol, nem mesmo a nossa sombra interior, já que tudo está intimamente interconectado de forma energética.

ROSA E ESPINHOS

 

Hoje alguém me jogou espinhos. Confesso que não doeu, mas a mente bem que tentou torna-los uma tragédia, uma injustiça sem tamanho, uma semente de sofrimento e outras de ressentimento. Não dei ouvidos. Eram apenas espinhos, vindos de quem só tinha espinhos a oferecer naquele momento. Não dei julgamentos nem rótulos à pessoa que me lançou os espinhos, como se viessem de um animalzinho selvagem tentando se defender, no seu habitat que eu invadira. Hoje alguém me lançou espinhos. Não permiti em hipótese alguma que eles se transformassem em algo mais, pois eram apenas o que são, espinhos. Cuidadosamente os removi um a um, com mansidão no coração e nos dedos. Se não os valorizei, se não os aceitei, se não lhes dei importância e significância, eles não são meus. Mas confesso algo que passou pela minha cabeça enquanto os removia. Nunca tinha me sentido tão belo como as roseiras.

RECEBER

 

Receber pouco de quem se ama, na hora que mais precisamos, pode ser suficiente tanto quanto um bom dia. Receber o nada que acompanha o silêncio, pode ser muito para quem deseja ser preenchido. Receber o “sim” de uma amizade pode ser o “não” ao amor platônico e sublimado de sentimentos imaturos.

A balança nem se mexe de silêncio. O coração já nem bate sem amor. A risada disfarçada de amizade se arrebenta. Nas entranhas, precipícios são escadas. Imprecisa é a espera de outros beijos. Estão seguindo seus olhares pelas ruas onde passa.

Receber é a arte de se esvaziar, é matar a sede que se acometeu, é dançar os dentes no véu do sorriso, é pensar que é bom demais ser gratidão.

 

A FORÇA DO INEVITÁVEL

 

De nada adianta fugir do inevitável, pois ele corresponde ao processo universal mais perto de nossa realidade. Processos existem para proteger as descobertas, para fazer fluir o momento presente a ponto de descobrirmos que, o que chamamos de passado, nada mais são do que memórias, e o que chamamos de futuro, nada mais é do que imaginação fértil. Somente o presente é inevitável. Perdemos a vida se do presente fugimos. Perdemos a luz do dia se escolhemos a sombra do passado e do futuro. Nada ganhamos nas fugas, pois fazem parte da imaginação medrosa, da omissão deficiente, da perpetuação das suposições. O inevitável também pode ser uma surpresa agradável de evolução, um abraço silencioso do amor desapegado, um toque de pintura colorida, destacando-se na tela branca de nosso coração.

FATO E EMOÇÃO

 

Imagine uma catástrofe, uma epidemia, uma notícia fatídica ou uma perda irreparável. Diante delas você reagirá com todo o seu aparato emocional, destinando intensidade e drama desejados para cada um destes eventos, independente da gravidade. Mesmo sabendo que todos eles passarão na linha do tempo, mesmo adaptando-se a novas realidades ou circunstâncias, você continuará a ler a realidade pelos filtros da emoção. Agora pense comigo. Se a emoção determina como vou experienciar minha vida diante dos fatos, não importa o que aconteceu ou está acontecendo e sim como vou vivenciar emocionalmente este fato. Prova é que várias pessoas agem de maneira diferente diante de um mesmo acidente, um filho age diferente do irmão diante da separação matrimonial ou morte de seus pais, o que é solidão para uns é solitude para outros. A emoção tem muito a dizer na forma de estarmos no mundo, mas é a nossa consciência que vai determinar a transparência e os resultados de cada experiência, oferecidos pela vida sem tantas influências emocionais.

 

NEWSLETTER NOVEMBRO 2021

Entramos em uma nova fase, completamente diferente de tudo o que a gente viu, de Janeiro até agora. É a hora da virada energética, é a hora do tudo ou nada, de esperar o inesperado das pessoas. Bom para iniciar novas rotinas e check-ups de saúde, de ir para frente, de alugar aquela sala para iniciar sua nova atividade profissional, ou de renegociar a atual. Tempo de começar a agir de forma diferente, com menos medo e mais liberdade de investir no bem estar pessoal, tempo de mudar o visual e buscar empoderamento. Tempo de virar a mesa, decidir viver sua vida a seu modo segundo os seus valores. Você sentirá fortemente que tem o direito de discordar de quem lhe envolvia ou lhe influenciava muito, pois há uma energia de rebelião no coletivo. Se você é dono de empresa, alguns funcionários pedirão conta inesperadamente, movidos por uma força de transformação intensa que os encorajou a assumir mudanças e novos começos, uma energia rebelde contra as soluções adotadas.

As pessoas ignorantes serão deixadas de cabeça para baixo. As pessoas mais lúcidas estarão mais ambiciosas, correndo atrás do prejuízo da pandemia, exaustas, mas determinadas, loucas para sair do tensor coletivo de frustração, após passarem por reflexões silenciosas. Elas finalmente enxergaram os erros estratégicos recentes e são impulsionadas a se realinhar com a gratidão e a abundância. Há uma energia financeira dominante no ar. Até nos relacionamentos pessoais o fator financeiro vai falar alto. Algumas turbulências no mercado financeiro, devido ao redirecionamento dos investimentos em outras áreas. Aquecimento das negociações bancárias em sua agenda.

No plano emocional, luta pessoal entre controle e compaixão, com pequena oscilação ao decidir entre magoar o outro ou assumir minha felicidade. Sensações de querer ficar só para refletir mais, ou de ter sido deixado de lado por alguém importante, o que leva certas pessoas a quebrarem contratos de gentileza ou o exercício de diplomacia. Mês emocionalmente intenso. Aprenda a conter suas emoções e olhe mais para o aspecto técnico ou profissional das interações, ou seja, não leve emoções para sua empresa. Não deixe a ansiedade roubar sua energia de realização, encontre primeiro seu estado de harmonia e vá à luta confiante. O mar está para peixe em Novembro.

Benedito José estará em Passos-MG, nos dias 06 e 08 de Novembro, participando da Feira de Literatura FLIPASSOS com duas palestras “O LIVRO NOS TRANSPORTA” e “FONTES DE INSPIRAÇÃO”. Todos estão convidados a prestigiar mais este evento cultural da Prefeitura Municipal de Passos.

Nós, da família Bioplenitude, desejamos a todos vocês uma jornada de progresso e bem estar, com muito amor no coração, muita certeza no olhar, muita determinação nas mãos e uma vontade louca de receber e abraçar toda esta energia positiva que se aproxima. Sejam vocês a novidade que aguardam do mundo!!!

 

POR ESSA NINGUÉM ESPERAVA

 

Nos últimos anos uma palavra tomou conta das pessoas no mundo inteiro. Cada um agora se acha no direito de validar a própria NARRATIVA sobre como vê o mundo. Parece uma nova ideologia sendo construída pelo descontentamento que cada pessoa sente pela outra, uma nova guerra mundial de palavras onde o conteúdo fala mais alto do que o contexto. Se todos estivessem dentro do mesmo barco, seria algo como se ninguém se preocupasse com o curso que estão seguindo, como se ignorassem quem pode ajudar e quem não pode caso surjam as tempestades, algo como se ninguém se desse conta dos riscos que o barco está correndo. Nada parece estar errado para quem se acha certo o tempo inteiro, para quem a única bússola se chama ego. Estão sustentando a própria impaciência de chegar a algum lugar utópico, sem se darem conta do barco em que estão. É uma geração de apressados sem conhecimento dos processos, sem convivência íntima com a experiência, sujeitos a deletar a realidade. Estão brincando de computador com suas vidas. Então prepare-se para viver num mundo onde o normal será o caótico.