sexta-feira, 16 de setembro de 2011

RELACIONAMENTO MANCO

Há muitos casais no mundo de hoje que baseiam seu relacionamento afetivo num sistema injusto de dedicação sem trocas. A obrigatoriedade impera sozinha sobre o diálogo murcho e inoperante. As reclamações não surtem o efeito desejado. A omissão da maioria dos membros familiares acontece de forma natural, normalmente, sem necessidade nenhuma de mudanças.
A mulher e mãe faz tudo sozinha. Assume todas as responsabilidades de educação dos filhos, assume a culpa pelos erros de toda a família, nunca se esquece das contas a pagar, acompanha sozinha as atividades do filhinho na escola, toma conta exaustiva da casa além de trabalhar fora e fazer as compras da semana, toma sempre a iniciativa do carinho e do afeto que quase nunca são retribuídos , enquanto o marido senta-se no sofá e bebe cerveja assistindo futebol para descansar.” Gooooooooooooooooooooool”. “Amor, corre aqui, o gás acabou e estou atrasada para o seu almoço”. “Isso são horas de me chamar?”
A rotina e a dinâmica do abuso estão enraizadas, alicerçadas no tempo que passa indiferente a quem tanto se esforça, acumulando massa corporal por não ter tempo de cuidar de si. Ela aprendeu a renunciar aos prazeres, a tomar conta de tudo para que a casa não desabe, fazendo tudo em atraso, correndo na maratona solitária sem vencedor. Só não percebeu que se quiser mudar esta realidade, terá ela mesma que tomar iniciativa. Parar de reclamar ou de gritar. Sair silenciosamente de casa para que sintam sua falta. Delegar tarefas individuais para cada filho. Deixar comida pronta na geladeira para que eles aprendam a arte da iniciativa. Ir à manicure, rir um pouco, existir. Lembrar que também é gente e precisa cuidar da própria felicidade. Do contrário, se sentará no sofá sozinha, num sábado a noite,chorando e perguntando-se até quando suportará esta forma de vida.

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