E se você descobrisse, de repente, que a vida é apenas um jogo de dados, sem nenhum prêmio para o vencedor pois nela não há vencedores? E se você descobrisse um dia que todas estas pessoas passando por você, na rua, são apenas pensamentos? Isto é iluminação.
O corpo é uma carcaça vazia sem membrana externa, um ôco, um vazio preenchido com nada. Se não tem corpo, como pode haver um “eu”? Nada é sólido, embora os cinco sentidos nos iludam de que algo seja duro ou mole. Como eu não sei quem sou e muito menos quem você é, nós não existimos, até que um dia venhamos a nos encontrar virtualmente ou frente à frente, e criaremos a ilusão de que existimos, só porque nos identificamos com conceitos sobre o que seja uma pessoa. Que jogo de dados maluco!!! Você até consegue segurar os conceitos dentro de formas por algum tempo, mas como o tempo não existe, tudo vai passar e desaparecer e você também passará para os outros.
Assim como você não sabe o número que vai sair quando lançar os dados, assim também você não tem certeza absoluta de nada, restando apenas os conceitos de fé e probabilidades dos eventos. A vida é o jogador, a vida como força vital, como uma energia que se delicia ao brincar de entrar em formas humanas e construir ilusões através dos pensamentos. Ela é puro fazer sem fazedor, puro pensar sem pensador, é pura investigação sem investigador. A força vital é uma criança brincalhona, inocente, sem maldade e sem experiência nenhuma de viver. Até que um dia ela o encontra, lhe dá um sopro, um corpo e um nome, e você sai por aí feito o dono do mundo, todo faceiro com perfume importado, convencido de que existe realmente.
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