Pessoas perfeccionistas mal sabem que isso tende mais para defeito do que para qualidade, além de não possuírem a consciência do que ele signifique verdadeiramente. Compram brigas, vivem discórdias, sofrem, mas não arredam pé do perfeccionismo exigente. Invadem o espaço dos outros, desrespeitam a liberdade dos outros, riscam a própria pele com a navalha da auto-crítica, pois não se dão conta do medo que se esconde em cada busca pelo perfeccionismo, confundindo a própria identidade com a bandeira de algum conceito. Acreditam que é possível viver num mundo onde tudo seja perfeito. O certo, em sua majestade, tornou-se o cetro, a varinha de condão, a vara da autoridade em defesa da ordem e em prejuízo da flexibilidade.
Perfeccionismo é um grito em defesa de um posicionamento, o que caracteriza-se claramente em rigidez, em falta de visão, em busca desesperada da razão, sem se darem conta de que a lógica se faz somente com suposições. Nada saudável viver apenas de suposições. Nada saudável conviver sem compaixão. O perfeccionismo é uma artrose mental.
O primeiro passo para sairmos dos infortúnios, causados pelo perfeccionismo, é aprender a transitar dentro de outros conceitos e idéias, sem confronto bélico. Aos poucos vamos experimentando outros posicionamentos e nos sentindo menos ameaçados com aquilo que for diferente. Gerada a auto-confiança, o segundo passo será atuar sem posicionamentos, descomprometidos com a vontade de impor sanções e punições a si e aos outros. Assim começa a dança agradável que deve ser a vida. A dança, embora tenha passos definidos e repetidos, só se torna bela quando existe liberdade do corpo e abandono da mente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário