quinta-feira, 15 de setembro de 2011

RELACIONAMENTO CORPORAL

Há muitos casais no mundo contemporâneo que baseiam seu relacionamento matrimonial na sexualidade e no culto aos prazeres do corpo, chegando a dedicar 70% das interações para este aspecto físico. Movem-se pelo instinto, pelo prazer imediato, pelo atendimento rápido das fantasias, pelo foco nas genitálias e pela força da sedução.
Trata-se de uma forma inconsciente de entrega e de busca do outro para atender as próprias necessidades, criando um território confuso de identidade. Dizem para o outro que o fazem por amor, por dedicação, por interesse no prazer do outro, mas na verdade estão apenas atendendo aos impulsos físicos que se manifestam vorazmente na carne. Inconscientemente estão praticando a entrega, o ato de esvaziar-se até se perderem no corpo alheio. Conscientemente estão alimentando a fantasia e o condicionamento obtido por experiências prazerosas que liberam forte dose de adrenalina e oxitocina.
Como o foco da relação é intimista, dedicam pouco tempo às relações sociais com parentes e amigos e perdem a capacidade de comungar com o parceiro projetos que os façam aprofundarem o relacionamento afetivo, ou seja, o afeto perde espaço para o toque sensual. Nestes casos, o comprometimento com o outro diminui lentamente com o passar dos anos e com a chegada dos sinais da idade, sendo mantido apenas entre quatro paredes, mas agindo lá fora como se fossem solteiros disponíveis ou vampiros famintos. Temem mais a perda da libido do que o divórcio. Ao objetificar os parceiros, tendem a discutir com maior freqüência e a tratá-los com rispidez. No final da tarde, tudo se resolve com uma boa cena de novela picante.

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