sexta-feira, 10 de novembro de 2023

ENQUANTO EU VIAJAVA (1)

 

Enquanto eu aguardava meu voo, observei o comportamento das pessoas desconhecidas. A pressa dos atrasados, a correria dos esquecidos, a desorientação dos distraídos, a calma dos idosos, a hipnose coletiva dos celulares, o prazer dos consumidores, a irritação das crianças, o olhar de fome nas filas, as raças variadas, a multiplicidade da beleza humana, todos estes elementos compunham o espaço comum do aeroporto. Pessoas que jamais imaginei encontrar pessoalmente, pessoas que jamais verei novamente, pessoas que nem notaram minha presença, pessoas de todas as personalidades, cada uma com sua dor e com seus sonhos, cada uma preenchendo seus dias conforme suas possibilidades. Viajar é preciso, viver é redundância.


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