Não saber quem somos gera ilusão, a ilusão de sermos
algo diferente, um personagem pronto a vivenciar prazeres e fugas de dores, um
subproduto dos próprios pensamentos. Viver na ignorância de não saber quem
somos abre espaços internos para dúvidas, insegurança, medos, tudo isso como
reflexos da incerteza coletiva. Na busca por referenciais de comportamento,
cada um se confunde com suas crenças ou com as crenças impostas por outras
pessoas em seu ambiente. Assim se faz a salada humana. Os que forem mais espertos,
roubarão vantagens sobre os demais. Os que forem mais egoístas, se
beneficiarão. Os que forem mais inteligentes, sairão na frente das percepções.
Os que forem mais oportunistas, se enriquecerão de vantagens. Os que forem mais
controladores, reterão tais vantagens. Entre as percepções de vantagem e
conquista, ergue-se a musculatura do ego deste personagem distante de si mesmo.
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