O trabalhador de
construção é um escritor nato. Sua caneta é o martelo, repetindo palavras e
pensamentos em cada batida, perfurando frases de apoio e consistência. A
madeira é seu papel em estado de pré-existência. Nela ele escreve cidades,
países e sonhos. Sua melhor assistente é a serra, pronta a colocar cada coisa
no seu lugar, cada palavra em cada página, até que o livro fique pronto para o
habite-se. Do alicerce ao telhado, o trabalhador de construção caminha suas
estórias no vai-e-vem mais produtivo que ele possa conceber, cheias de energia,
cheias de vontades, plenas de suores bíblicos. Ele pisa o sagrado que um dia
receberá as dores e alegrias de toda uma família humana, enquanto o abençoa com
seu trabalho digno. Assim sendo, ele se tornou chão e asa.
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