sábado, 3 de setembro de 2022

AONDE O LIVRO É

 

Aonde o livro é silêncio, a praia é pegada, o sol é mei-dia, a onda se desfez. Aonde o livro é poesia, a praia falou ao sol sobre o silêncio das ondas. Cada frase, uma pegada de razão e outra de beleza. Caminhando pela paisagem, segue o poeta, ignorado ultimamente de princípios, cabelos grisalhos, passado a ser reconstruído pela criança brincando nas areias do tempo. Aonde o livro é menino, cada página rabisca de futuro os desejos da alma. Aonde o livro é vazio, nenhum desejo sucumbe. O algodão não imagina seus destinos, ainda quando árvore. Quem sabe, será apenas uma palavra nas vértebras de um livro qualquer, origem do mesmo algodoeiro. Aonde o livro é espera, nasce o vento ousado de realidade, sob o pó das estantes e prateleiras. Aonde o livro é leitura, coração e dedos se perpassam no prazer das horas caladas.


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