Aonde o livro é silêncio,
a praia é pegada, o sol é mei-dia, a onda se desfez. Aonde o livro é poesia, a
praia falou ao sol sobre o silêncio das ondas. Cada frase, uma pegada de razão
e outra de beleza. Caminhando pela paisagem, segue o poeta, ignorado
ultimamente de princípios, cabelos grisalhos, passado a ser reconstruído pela
criança brincando nas areias do tempo. Aonde o livro é menino, cada página
rabisca de futuro os desejos da alma. Aonde o livro é vazio, nenhum desejo sucumbe.
O algodão não imagina seus destinos, ainda quando árvore. Quem sabe, será
apenas uma palavra nas vértebras de um livro qualquer, origem do mesmo
algodoeiro. Aonde o livro é espera, nasce o vento ousado de realidade, sob o pó
das estantes e prateleiras. Aonde o livro é leitura, coração e dedos se
perpassam no prazer das horas caladas.
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