O livro
nos envolve com o manto das impossibilidades e sorri diante da surpresa
amarela. O livro nos transporta dos sonhos para a realidade e da realidade para
a ficção. O livro sabe nos conduzir, entre encontros e desencontros, entre
recepções e despedidas, entre relacionamentos e abandonos. Quem nunca foi
transportado por um livro, jamais leu com a alma, jamais permitiu-se ser levado
pelo rio dos acontecimentos, jamais faiscou de diamante seus olhares mais
inocentes. O livro não nos deixa sentir sós. Ele agasalha nossas carências,
amamenta nossa ilusão, canta poemas de ninar aos adultos elegantes e assusta as
crianças para que corram de volta ao colo dos pais e ao útero das mães. O livro
existe para a oralidade, para os filtros da realidade, para embelezar o que
carece de admiração. O livro existe para registrar o som do silêncio do leitor.
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