O ego dissolve a
verdade em fragmentos escuros que se separam de vez, sem ficar vermelho de
vergonha pelo que fez e faz. Ele engole a razão sem salivação, sem mastigar
completamente cada ângulo de percepção, desde que continue com a palavra final.
Ele desintegra as emoções com maestria, fazendo o absurdo parecer natural. A
mente mediana dissolve o tempo em presente-passado-futuro para organizar as
experiências, validando as memórias como o supra sumo da vida. Ela engole os
fracassos, os erros, os imprevistos que chama de destino e escreve errado por
linhas retas. Ela desintegra o que organizou diante da dor e do prazer, pelo
simples gosto de permanecer no comando. A mente subconsciente dissolve a
gramática e o sistema, deliciando-se com símbolos e metáforas, sonhos e
fantasias, na pressa de conjugar todos os verbos de uma só vez. Ela engole o
entendimento e poda suas raízes para poder voar. Ela desintegra a história e
cria estórias inacabadas, sem leitor que as traduza corretamente. A mente
inconsciente dissolve a coragem de enfrentar as experiências e parte para o
jogo sem regras claras. Ela engole a saúde mental, achando que faz bem ao
indivíduo praticar o controle daquilo que não pode ser controlado. Ela
desintegra o passado em pesadelos e manipulações, mentiras e distrações, na
ânsia de proteger o vazio que se formou. Cada aspecto da mente dialoga de
formas diferentes.
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