domingo, 9 de janeiro de 2022

DISSOLVE, ENGOLE, DESINTEGRA (2)

 


O Ser dissolve o barulho mental em partículas e gotas de silêncio, colocando foco nas silhuetas de sombra e luz que o habitam. Ele engole as identificações com o mundo material, reencontrando as energias sutis que o compõem. Ele desintegra o corpo humano em percepções de múltiplas dimensões, valorizando o elemento ar que o oxigeniza de espírito. A alma dissolve a memória, para que ela não interfira na qualidade das experiências que virão, com propósitos mais elevados, para que não evite o inevitável. Ela engole as comparações e determina com mão de ferro que as contas devidas sejam devidamente pagas. Ela desativa a mente e anuncia a chegada da consciência via conscientização. A essência dissolve a luz e a organiza em sabedoria plena e líquida. Ela engole a vastidão da Graça e se desdobra em experiências de completude, plenitude e alegria suprema. Ela desintegra a diversidade e junta suas partes no espaço imensurável da unicidade, onde Deus se sente em casa. A supraconsciência dissolve os multiversos e distribui novas formas de linguagem, para que o incompreensível possa ser acessado ainda que distante da lógica humana. Ela engole a não-existência e se deixa ser encontrada por existências disponíveis que se parecem com seres universais. Ela desintegra as incertezas e jorra caudalosamente um compêndio de verdades incomuns ao homem mais comum. Cada aspecto da mente dialoga de formas diferentes com seu Criador.


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