VER O TODO

 

Vivemos num ambiente de fragmentação geral das percepções e perdemos a capacidade de ver o todo. Um radialista capacitado para sentir o que várias canções tem em comum, faz sucesso, não pela voz nem pela programação, mas sim pela capacidade dele de unir as semelhanças e convergências artísticas no campo da sensibilidade. Da mesma forma, tudo o que vivenciamos conscientemente possui o cimento que os torna fluxos de mesma origem, possui esta liga de discernimento de que há um sentido único para todas as coisas que acontecem em nossa jornada, tal qual um roteiro de cinema em plena produção com os atores e atrizes. Dali em diante, sabedores desta rede de propósitos existenciais, tudo se torna material natural para expansão de consciência.

 

SURPRESAS ILUMINADAS

 

Passamos a vida inteira buscando saídas, soluções e respostas para nossas dúvidas existenciais. Como não nascemos sabendo tudo, nem vivemos experiências suficientes para sabermos muito, como não aprendemos com todas as experiências vividas devido a falta de consciência ou de maturidade, a caminhada continua preenchida pela paisagem das perguntas. Perguntar demais não ofende, perguntar demais não garante respostas inteligentes, perguntar para as pessoas erradas pouco nos ajuda. No entanto, corremos um risco quando gastamos tempo demais com perguntas profundas, o risco da frustração existencial, do desespero existencial, do suicídio existencial. Tem certas horas que precisamos abrir mão de tantas perguntas e cultivar o silêncio, pois nele as respostas também podem chegar com alguma surpresa iluminada.

ANIVERSÁRIO DO BLOG

 

Já são 10 anos de blog gentequepensa2012, 10 anos de criação de um espaço cultural para incentivar o processo de pensamento dos indivíduos, pensar e filosofar, quebrar paradigmas e unir paradoxos, ressignificar o que nos foi ensinado com distorções, desintoxicar a mente de lavagens cerebrais sociais e políticas, estimular o ato literário, expandir e despertar a consciência, chegar perto dos ignorantes para provoca-los gentilmente, chegar perto dos espiritualistas para valorizar a evolução que nunca acontece sem a espiritualidade, chegar perto dos inteligentes para construir novos pontos de vista, chegar de mansinho no calor dos dias para oferecer pratos apetitosos de discernimento. O blog existe para nos tirar da zona de conforto intelectual, para denunciar os incautos e inocentes úteis, para demonstrar que existe algo além das notícias que nunca será mostrado para as massas, para cultivar novas maneiras de Ser.

 

PONTES DE COMPREENSÃO

Este é o nome dado aos Pensadores mais arrojados que detém algum tipo de informação científica ainda não compartilhada oficialmente com a população em geral. Por serem apenas pensadores, eles podem contribuir com a comunicação e quebra de paradigmas, envolvendo crenças pessoais, enraizadas por instituições sociais, religiosas e políticas. Tais Pensadores assumem a difícil missão de reduzir o impacto de notificações midiáticas ou revelações catastróficas, as quais poderiam causar pânico e desespero se fossem simplesmente descobertas de uma hora para outra. A área mais próxima das descobertas despreparadas chama-se teoria da conspiração, onde certos assuntos são ridicularizados por autoridades para que não caiam em mãos erradas. Um exemplo de tema explorado pelas pontes de compreensão é a ufologia espiritual, segundo a qual todas as manifestações místicas religiosas são apenas aparições de entidades biológicas extraterrestres.

 

A ENERGIA DO EGO

 

O ego não gera nem tem energia, por isso precisa rouba-la de algo ou de alguém. Rouba dos conflitos induzidos, rouba do vitimismo, dos posicionamentos radicais, da atribuição de culpa aos outros. Rouba das cobranças alheias, da reciclagem emocional, das fantasias sexuais e das comparações. Por se encarregar de alimentar os desejos de só se dar bem, o ego gasta energia em nos convencer de que precisamos ter tudo e muito para ser feliz, como se só existíssemos para atender nossas vontades e como se o mundo orbitasse inteiro ao nosso redor. É comum ouvir pessoas alegar que estão exaustas sem saber porque, mas bem incomum vê-las questionar quem está esgotando seus reservatórios.

JORNADA DAS 3 CONSCIÊNCIAS

 

Existem 3 níveis de consciência coletiva, nas quais qualquer pessoa pode se enquadrar, no quesito evolucionário. O primeiro nível compreende o grupo de pessoas que pautam a própria existência no verbo TER, confundindo-se com suas posses materiais tanto dentro da pobreza quanto dentro da riqueza, comparando-se eternamente com os outros, acreditando que só serão felizes ou respeitados quando manifestarem algo material e financeiro de grande magnitude. O segundo nível inclui aqueles que se confundem com o verbo FAZER, com status e nível cultural, com o poder em que suas posições trabalhistas e profissionais são enaltecidas na comunidade, com cargos e oportunidades de serem vistos e admirados por todos, tendo o ego como seu comandante. O terceiro nível é composto por pessoas que atribuem seu crescimento e significância ao verbo TORNAR-SE, tendo em mente os resultados e a realização pessoal com propósitos definidos, a função de proporcionar crescimento à maior parte possível de indivíduos, a capacidade de gerar e compartilhar conhecimento para o bem de todos, mas acima de tudo, em quem você se tornou após conjugar estes três verbos. Não existem atalhos nesta jornada.

 

EU E O LIVRO (3)

 

Quem consegue passar um ano inteiro sem ler sequer um livro, mal sabe que caiu em desuso cultural, ou perdeu o polimento do olhar ou foi aprisionado na cela da mesmice. O livro é uma experiência solta no ar, flutuando entre as ruas, fugindo daquilo que derrama escuro nos horizontes. O livro é um livramento das noites mal contadas, dos dias novelados, das tardes esbugalhadas de espera. Ele não se cansa de paginar. Não se impressiona com epílogos. Não prefacia a página em branco da vida. Não se deita nos rodapés de cansaço explicativo. O livro lê o leitor em voz baixa, em sussurros e murmúrios, em odes onomatopeicas, sem necessidade de tradução. Seu cheiro tem cheiro de muitos, cheiro de vertentes e tocaias, cheiro de incógnitas e intimidades, cheiro de malmequeres à procura do bem amado. Por isso eu o abro na cama, me deito torto ao seu lado e durmo sobre seus lábios quando a noite me possui.

 

EU E O LIVRO (2)

 

O livro nos envolve com o manto das impossibilidades e sorri diante da surpresa amarela. O livro nos transporta dos sonhos para a realidade e da realidade para a ficção. O livro sabe nos conduzir, entre encontros e desencontros, entre recepções e despedidas, entre relacionamentos e abandonos. Quem nunca foi transportado por um livro, jamais leu com a alma, jamais permitiu-se ser levado pelo rio dos acontecimentos, jamais faiscou de diamante seus olhares mais inocentes. O livro não nos deixa sentir sós. Ele agasalha nossas carências, amamenta nossa ilusão, canta poemas de ninar aos adultos elegantes e assusta as crianças para que corram de volta ao colo dos pais e ao útero das mães. O livro existe para a oralidade, para os filtros da realidade, para embelezar o que carece de admiração. O livro existe para registrar o som do silêncio do leitor.

 

EU E O LIVRO (1)

 

O livro nos transporta. O livro abre portas e portais para que o leitor atravesse as fronteiras do pensamento e se conecte com outras possibilidades. O livro descerra véus de ignorância e abre campos fertilizados para a semeadura de novas ideias. O livro nos avisa que logo à frente borbulham as águas do potencial pleno. O livro nos transporta da cerca ao infinito, da tristeza à alegria, da insignificância ao sagrado. O livro nos transporta do conhecido ao desconhecido, da neutralidade à importância, do comum ao extraordinário. O livro nos arrasta com criatividade pelos becos do absurdo, pelas asas da imaginação, pelos sons do indizível. Ele nos permite arrancar a linha do tempo e abraçar a eternidade sem rodeios. O livro nos inquieta diante do infinito ou do inesperado e depois conta tudo para a nossa mãe.

 

MENTE E ESPÍRITO

 

Mente e Espírito não são a mesma coisa e possuem propósitos diferentes. A mente existe para organizar as polaridades do mundo visível, para entender a processualidade de suas forças atuantes, para facilitar a sobrevivência do corpo material, para desvendar o que for possível ou o que permanece invisível no campo da ignorância e, principalmente, para lidar com as imperfeições. Tanto a mente, quanto a natureza, a matéria, o corpo físico e a organização do mundo são imperfeitos. Esta imperfeição só é percebida porque uma das substâncias da Existência, chamada Espírito, existe para ancorar a busca pela perfeição, já que a mente busca no máximo o equilíbrio.  Quando a mente evolui, ela se percebe como Espírito, pois não existe evolução sem o reino das energias sutis do Espírito, atuando de forma organizada e superior às percepções da matéria. O Espírito existe para atrair a perfeição e desenvolver o próprio potencial de elevação e exultação, para encontrar a realidade de sua divinização, enfim, para retornar à origem de toda criação.

 

 

SEGURANÇA

 

Pouco percebemos o que move as pessoas, as vezes nem elas mesmas percebem. Quem frequenta igrejas não vai lá apenas por fé e devoção. Eles vão lá em busca de segurança, em busca de estabilidade e normalidade, sedentos de abandonar a insegurança financeira ou o risco de morte provocado pelas doenças. Quem frequenta universidades não vai lá por causa de conhecimento. Eles vão lá em busca de um diploma ou certificado que lhes dê oportunidades de ganhar dinheiro, sonhando com riqueza e abundância financeira. Quem entra no mundo político não vai lá para ajudar sua cidade ou região. Eles vão lá para alcançar fama, ter contatos com pessoas mais poderosas financeiramente do que elas e para alcançar vantagens e benefícios para ter mais segurança financeira. O dinheiro move e cega as pessoas, mas continua encantando, seduzindo e desviando pessoas de seus propósitos existenciais.

O VÉU DA ILUSÃO

 

Fala-se muito sobre matrix, sobre os véus da ilusão que nos escondem a verdade e nos presenteiam com prazer e dor no campo da dualidade. Pensa-se que os véus são a morte, as sombras, o inconsciente, o mistério, a mentira coletiva e a ignorância. Contam-se os dias e anos como uma quota vital, prestes a expirar para cair no buraco do esquecimento, como se toda a passagem pela Terra tivesse sido em vão ou desnecessária. Narrativa ou protagonismo, plano divino ou livre arbítrio, razão ou imaginação, os véus não são muitos, são apenas um. O véu da ilusão é o corpo físico. Este corpo resultado de bilhões de anos de aperfeiçoamento cósmico, este corpo detentor do micro e do macro, este corpo miniatura transparente do universo, este corpo antena multidimensional das esferas celestiais, este corpo sintetizador de hormônios espirituais e angelicais, este corpo entrada e saída de várias forças energéticas. Quando ele cai, voamos de volta à origem.

ALMA E VÉUS

 

A Alma é aquele aspecto psíquico que acredita na perfeição e luta por sua manifestação em nossa vida terrena. O Ego trabalha pelo poder, a Consciência Mediana luta por significância, o Subconsciente trabalha pela compressão de informações excessivas, o Inconsciente luta para não ser revelado como ser imperfeito, mas a Alma conhece melhor o princípio divino e faz de tudo para que prevaleçam a beleza, o instinto, a ordem, a bondade, a justiça, o amor e a unicidade entre todos os seres criados, cuja principal tarefa é soprar os véus, gentilmente, diante dos acontecimentos individuais e coletivos, mesmo sabendo de nossas imperfeições. Ela se fez e se faz, constantemente, pelas reminiscências do trabalho divino de criar eternamente todas as infinitas possibilidades. De nada adianta negar ou duvidar da existência da Alma. Ela nunca desiste do aperfeiçoamento.

 

AUTODETERMINAÇÃO

 Liderança é um atributo de exercer iniciativa para conduzir outras pessoas ao seu potencial ideal de realização, praticando foco, disciplina, visão, determinação, negociação, autoestima, resiliência, criatividade e fé. A falta de liderança aliada à falta de consciência, determina quem vai estar do outro lado, por não querer se trabalhar no cultivo de tantos atributos. Assim como falamos da autodeterminação dos povos, podemos também falar sobre a autodeterminação do indivíduo. Sem esta autodeterminação, o indivíduo agirá sempre nos bastidores da vida, sem dar a cara ao tapa, sem acreditar na própria voz, obedecendo terceiros sem questionar, feito bailarina de segunda fila no show da vida, feito eterno professor substituto, na espera de ser chamado quando necessário, sem notar que está sendo usado para preencher lacunas. Liderança é atributo individual sim, é qualificação de quem construiu seu lugar ao sol com energia e iniciativa e celebrou suas conquistas pelo alto som da própria voz.

A OUTRA FACE DO IMPENSADO

 

Crise nem sempre é crise. Tragédia nem sempre é tragédia. Sonho nem sempre é sonho. Um sonho pode virar tragédia que pode virar crise na sequência. Quando se coloca uma situação de cabeça para baixo, sob as ondas do imprevisto ou do destino, sob as leis da natureza desrespeitadas, sob erros de cálculo e de juízo, sob a força do oculto ou dos manipuladores de plantão, uma crise pode gerar lucros, uma tragédia pode virar oportunidades e um sonho pode revelar-se pesadelo. Nada é o que parece ser, nada sai totalmente conforme o planejado, tudo se altera durante os processos, tudo se abre diante da mudança mais atraente, justamente porque tudo passa pelos pensamentos antes de se tornar realidade. Sejamos prudentes.

ENTREVISTA EM SONHO

 

O mundo está doente e recusa ser curado. A cura só vem pelo amor, mas hoje em dia ninguém mais sabe o que é amar sem pedir nada em troca. Quando o paciente acredita ser Médico, ele faz do Médico o paciente, o pior dos pacientes, por não receitar a esperança, por faze-lo acreditar que nada pode ser mudado, pois tudo é pura representação e simulação de uma tragédia cinematográfica, com recordes de bilheteria. O autoengano é alimentado com pipocas e refrigerantes. Todos assistem passivos ao filme de hecatombe nuclear, usando máscaras 3D, sem saber que, a qualquer momento, aquele cinema vai ser bombardeado por forças ocultas.

O mundo está ausente de vontades saudáveis. Alguns que conquistaram mais do que precisavam, hoje repousam com câncer, num apartamento, solitários. Os que foram subjugados pelos conquistadores, hoje se anestesiam diante dos poucos bens materiais que levaram consigo sua alma. Desumanizados, todos vagueiam sonâmbulos sem noção de perigo.

O amor sumiu das prateleiras. A esperança partida, partiu. O autoengano é distribuído em bolsas sociais. As vontades saudáveis caíram no esquecimento. No sonho, a afogada famosa anunciou a própria morte aos milhões de seguidores e ninguém fez nada. Mesmo assim, o entrevistador sorria, ao vivo, procurando pelo que sobrou de verdade nos olhos da população. Eu, sem entender a mim mesmo, vesti meu personagem de indignado, com roupas de marca, e disse ao repórter que o mundo está doente e recusa ser curado.

UNANIMIDADE

 

A mídia, as universidades, os governos e as instituições formam a trama da matrix que nos distrai, para que não percebamos a realidade como ela é. Os poderosos se encarregam ocultamente de deter os meios de comunicação para manter os privilégios e benefícios próprios, sempre impostos de cima para baixo. A matrix é um esquema de Pondi, um esquema de pirâmide econômica, onde só ganha quem o iniciou. Ela existe para que você cidadão não pense, não questione, não se mova na escala, não acorde nem para enxergar que todo imposto que você paga sobre tudo, lhe é imposto. Ela nos oferece pílulas para dormir, através da indústria do entretenimento e da manutenção do tensor social de sobrevivência. Tudo o que for possível fazer para que você cidadão não acredite em si mesmo, será feito por meio das autoridades de plantão. Por isso se diz que toda unanimidade é burra.

 

VIVER EM ECOVILAS

 

Existe uma opção de vida alternativa e mais saudável, em sincronicidade com a natureza, desapegada do materialismo capitalista, voltada para o equilíbrio interior, participativa e inclusiva, cultivadora da ciência da sustentabilidade, pacificadora, comprometida com o respeito aos ciclos, aberta a infinitas possibilidades de conexão com os processos vitais e que são atualmente conhecidas como ecovilas.

Ali se valorizam o respeito à individualidade dentro do respeito à tribo, o cuidado com as palavras como fator principal de preservação da união, o amor desinteressado pelos outros, a colaboração contínua como modus operandi, o interesse pelo aprendizado fora da casinha, o exercício constante da criatividade, a despreocupação com o futuro distante e, acima de tudo, o sentimento de ser parte intuitiva da natureza pelos processos de comunhão. É um projeto para poucos, pois poucos são aqueles que nasceram com espírito verdadeiramente livre.

CONVENÇÃO CONTRA O RACISMO

 

O Brasil assinou, logo no início do ano 2022, um acordo com a OEA para reduzir a intolerância e a discriminação racial de qualquer tipo, dando mais um pequeno passo no combate a esta infame forma de relacionamento social. É vergonhoso para a Humanidade que os povos de pele clara precisam de convenções, tratados e leis para banir o racismo, uma vez que somos todos iguais por dentro, na essência e na alma. Chamamos de invisibilidade a tudo o que não tem voz, mas se pessoas sabem articular pensamentos e palavras, o que falta é iniciativa e ativismo, organização e trabalho de base, educação e suporte da parte da maioria branca que discorda da discriminação. Juntos, fazemos valer toda forma de luta. Juntos, validamos a igualdade. Juntos, crescemos em consciência.

 

TEMPOS DIFÍCEIS

 

Onde você encontra seu ponto de equilíbrio, lá estará garantida a sua sobrevivência em tempos difíceis. Quando você convida a calmaria para fazer parte de sua mente, suas escolhas são mais claras e certeiras. Se você aprendeu a fazer conexões espirituais em tempos de paz, saberá usá-las a seu favor em tempos de guerra. Ao praticar o pensamento crítico holístico com frequência, sua consciência saberá discernir o lobo do cordeiro, a verdade da mentira, as pessoas de bem e os manipuladores do mal, caso eles mostrem a cara. Mesmo que tentem lhe enganar ou lhe obriguem a tomar partido do caos, sua experiência anterior de firmeza é que lhe dará a raiz da sabedoria e do discernimento. Em tempos difíceis, se as decisões devem ser rápidas por força das circunstâncias, a experiência pessoal é simplesmente projetada como um raio. Para o bem e para o mal.

 

NÃO ADIANTA

 

Bem que a vida nos avisa, manda recados e sinais, envia sincronicidades, coloca a realidade diante de nosso nariz, fala a mesma mensagem por vias diferentes. A gente finge que não ouviu ou não leu. Bem que as circunstâncias traduzem o mesmo conteúdo em diferentes contextos, as situações se desenvolvem com testemunhas bem próximas, os acidentes se repetem. A gente finge que não entendeu a lição. A notícia ruim dos outros deixou de ser alerta, deixou de nos proteger contra certos perigos, deixou de influenciar nossas decisões. A gente descarta as probabilidades e escolhe a ilusão. O bicho homem nasceu com defeito de fabricação, com data de vencimento, com mutação das percepções, mas escreveu estórias para o boi dormir, de maneira que não se dê conta da piada que protagoniza no final de cada dia. Bem que a natureza fala em línguas claras ou translúcidas.

DISSOLVE, ENGOLE, DESINTEGRA (2)

 

O Ser dissolve o barulho mental em partículas e gotas de silêncio, colocando foco nas silhuetas de sombra e luz que o habitam. Ele engole as identificações com o mundo material, reencontrando as energias sutis que o compõem. Ele desintegra o corpo humano em percepções de múltiplas dimensões, valorizando o elemento ar que o oxigeniza de espírito. A alma dissolve a memória, para que ela não interfira na qualidade das experiências que virão, com propósitos mais elevados, para que não evite o inevitável. Ela engole as comparações e determina com mão de ferro que as contas devidas sejam devidamente pagas. Ela desativa a mente e anuncia a chegada da consciência via conscientização. A essência dissolve a luz e a organiza em sabedoria plena e líquida. Ela engole a vastidão da Graça e se desdobra em experiências de completude, plenitude e alegria suprema. Ela desintegra a diversidade e junta suas partes no espaço imensurável da unicidade, onde Deus se sente em casa. A supraconsciência dissolve os multiversos e distribui novas formas de linguagem, para que o incompreensível possa ser acessado ainda que distante da lógica humana. Ela engole a não-existência e se deixa ser encontrada por existências disponíveis que se parecem com seres universais. Ela desintegra as incertezas e jorra caudalosamente um compêndio de verdades incomuns ao homem mais comum. Cada aspecto da mente dialoga de formas diferentes com seu Criador.

DISSOLVE, ENGOLE, DESINTEGRA (1)

 

O ego dissolve a verdade em fragmentos escuros que se separam de vez, sem ficar vermelho de vergonha pelo que fez e faz. Ele engole a razão sem salivação, sem mastigar completamente cada ângulo de percepção, desde que continue com a palavra final. Ele desintegra as emoções com maestria, fazendo o absurdo parecer natural. A mente mediana dissolve o tempo em presente-passado-futuro para organizar as experiências, validando as memórias como o supra sumo da vida. Ela engole os fracassos, os erros, os imprevistos que chama de destino e escreve errado por linhas retas. Ela desintegra o que organizou diante da dor e do prazer, pelo simples gosto de permanecer no comando. A mente subconsciente dissolve a gramática e o sistema, deliciando-se com símbolos e metáforas, sonhos e fantasias, na pressa de conjugar todos os verbos de uma só vez. Ela engole o entendimento e poda suas raízes para poder voar. Ela desintegra a história e cria estórias inacabadas, sem leitor que as traduza corretamente. A mente inconsciente dissolve a coragem de enfrentar as experiências e parte para o jogo sem regras claras. Ela engole a saúde mental, achando que faz bem ao indivíduo praticar o controle daquilo que não pode ser controlado. Ela desintegra o passado em pesadelos e manipulações, mentiras e distrações, na ânsia de proteger o vazio que se formou. Cada aspecto da mente dialoga de formas diferentes.

DOR E SOFRIMENTO

 

Onde há sofrimento, falta consciência. Onde há dor, existe excesso de resistência. Onde há sofrimento, falta coragem. Onde há dor, existe conformismo com a inércia. Onde há sofrimento, falta criatividade. Onde há dor, existe culpa. Onde há sofrimento, falta amor. Onde há dor, existe medo. Onde há sofrimento, falta perdão. Onde há dor, existe obrigatoriedade. Onde há sofrimento, falta justiça. Onde há dor, existe comparação. Onde há sofrimento, falta decisão. Onde há dor, existe negação. Onde há sofrimento, falta firmeza. Onde há dor, existe omissão. Onde há sofrimento, falta alegria. Onde há dor, existe a escolha errada. Onde há sofrimento, falta o querer. Onde há dor, existe lamentação. Onde há sofrimento, falta sentido. Onde há dor, existe a confusão. Sofrimento e dor acabam se atraindo com primor.

AUTOENGANO

 

“Me engana que eu gosto” é a expressão mais popular que existe sobre o autoengano. Escolha escolhida, ela acontece quando uma pessoa não admite que errou e sente necessidade absoluta de cultivar a negação da escolha errada que fez. Para complicar as coisas mais um pouquinho, precisa desviar a atenção de seu erro ao acusar os outros de negacionistas, alienados e enganadores, além de se sentir dona da verdade sobre os demais. Imagine aquela pessoa que nunca assumiu responsabilidade pelo progresso financeiro pessoal, mas considera obrigação do Governo cuidar dela. Ou aquela pessoa que se passa por intelectual artista, mas se deixa ser pensada por ideologias políticas europeias. Ou então aquela pessoa que, inconscientemente, projeta em figuras públicas corruptas toda a sua admiração. O autoengano é cartão de visita dos infelizes.

O BEM MAIOR

 

Todo sacrifício é uma oferta. Desconhecer isso é posicionar-se na limitação de sua polarização. Se olharmos a ação apenas como sacrifício, estaremos estimulando o vitimismo, a submissão, a obrigatoriedade, a fuga de uma tomada de consciência, a falta ou incompletude do outro, a força indomável do destino, a imposição da responsabilidade, o peso da cruz alheia, a cobrança moral, o medo das críticas, a autoimolação. Se ressignificarmos a ação como desprendimento e oferta, nosso olhar ganhará luz e nos devolverá o poder pessoal. Adicionaremos amor em tudo o que fizermos, falaremos com prazer e significância, deixaremos marcas positivas de nossos passos. A vida em si é a maior oferta de todas recebidas, nosso bem maior. Se pudermos devolvê-la a si mesma, em oferta, terá valido a pena ter nascido.

 

 

LEITURA DA ALMA

 

Descobri mais um dom pessoal entre tantos presentes recebidos do Universo. Descobri a linguagem da Alma. Descobri que a comunicação com ela é diferente da comunicação com os Espíritos. Sua maior característica é o uso de metáforas pomposas e reveladoras, acontecendo dentro de uma dinâmica sem julgamentos, transparente mesmo, sem receios de se mostrar. A Alma não tem meias palavras nem medo da verdade móvel, não tem entrelinhas. Apenas o que é verdadeiro passa por suas camadas de percepções. As facetas da verdade que ela encerra ou comunica possuem uma luz sutil, comprometida com algo inenarrável além da mente comum. Sua leitura se dá pela leitura dos olhos de uma fotografia, o que desperta em nós a veracidade do ânima além da forma e do tempo. Automaticamente recebo as metáforas e seu entendimento em fluxo. A Alma gosta deste diálogo sincero e aberto, sem reticências ou subterfúgios. Nasce uma nova forma de amizade.

ETERNIDADE SILENCIOSA

 

Somos movidos por energia solar, por isso expandimos nossas percepções para mundos externos mais iluminados. Nossa boca equivale aos buracos negros das galáxias, engolindo informações e digerindo-as em novas formas de energia. Nossos olhos equivalem ao tapete de estrelas, encantado com a diversidade colorida das ideias. Nossas mãos equivalem às raízes da ação que repetem em si a dinâmica psicodélica e fractal das possibilidades infinitas. Somos parte do Todo e o Universo está atuante em nós, tramados amorosamente por processos paralelos, simultâneos, complementares e infindáveis. Somos um grande espelho para o Criador, por isso acreditamos ser deuses super poderosos, Apolos e Narcisos no mundo mitológico. Nossa Essência é estrela de quinta grandeza. Nossa Alma, depositário de luz cósmica. Somos a existência e a não existência do EU SOU. O resto é silêncio eterno.

SABORES DA CONSCIÊNCIA

 

Consciência pode ser provada em milhares de sabores diferentes. O sabor da consciência absoluta deve ser o mais refinado de todos, a ponto de ser indescritível e inominável. O sabor da consciência suprema deve ser um arco-íris de delícias celestiais ainda não encontradas na Terra. O sabor da consciência Chrística deve ser o de sangue redimido, causando efeitos libertadores. O sabor da consciência plena tem a delicadeza reservada às brisas e saladas de pétalas. A consciência mediana tem o sabor agridoce com ligeiras pitadas de pimenta do reino material. A consciência egóica deve ter o sabor amargo das águas insalubres. Sabor por sabor, cada buscador de consciência tem a sua preferência.

PERSONALIDADE DO ANO

 

A MENINA ALICE foi eleita por nós, do Movimento Bioplenitude, a Personalidade do Ano 2021. Esta graciosa pequena tirou de letra a mídia social, falando errado mas falando difícil, espalhando sorrisos pelo planeta afora, demonstrando interesse em aprender por repetição, soltando improvisos extremamente pertinentes, esbanjando beleza e fazendo a gente pedir por mais. Ver tanta pureza e inocência, em meio a variedade de assuntos mundanos, nos enche de esperança no lado bom da vida. A menina Alice derrete nossos corações e pede pausa para a comunicação verdadeira. Parabéns à sua mamãe que aceitou compartilhar esta luz infantil com o mundo. Parabéns à Alice por sua inteligência, amorosidade e doçura. Parabéns a todas as crianças que ela representa.