Quando a nossa presença ou
a nossa ausência tanto faz para os outros, tanto faz para quem tanto fizemos,
tanto faz para a pressa e a cegueira das pessoas ao nosso entorno, é sinal de
que nunca fomos fundamentais, sinal de que ninguém é importante nas outras
vidas senão somente na própria existência. Vem dessa desimportância, a
realização de que nascemos sós, vivemos sós e morremos sós. Pessoas são
personagens coadjuvantes em nosso aprendizado, nada mais. Pessoas se prestam a
participar do cenário, nunca do enredo. Pessoas partem de nossa jornada antes
mesmo de entrarem. No final da estória de cada um, abandonamos o corpo como se
retira uma vestimenta, abandonamos o espaço físico que outrora alugamos do
planeta, abandonamos promessas feitas e sonhos desfeitos e simplesmente...
desaparecemos no pó do esquecimento.
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