Existe um pensamento comum
de que as pessoas apenas mudam algo diante da perda e do caos, da mesma forma
que uma pessoa à beira do precipício tem que se esforçar para escapar ilesa.
Nos tempos atuais, onde testemunhamos a perda de nossa liberdade e de outros
tantos valores, a perda de nossa saúde, perdas de empregos e relacionamentos,
perda da esperança diante da grandiosidade dos distúrbios coletivos e do excesso
de desinformação, testemunhamos também a divisão da Humanidade em dois grupos
distintos, o grupo da verdade e o grupo da autofagia. Parece uma casca de ovo
se quebrando em todas as direções, no mesmo núcleo familiar, na mesma cultura.
Esta guerra interior entre o passado e o futuro serve para forçar pessoas a
olhar para o presente, para o que estão pensando e sentindo quando agem de uma
determinada maneira escolhida. É uma busca incessante por experiências
radicais, em ambos os lados, uns para obter mais poder, outros para obter mais
consciência. Fomos convocados pelo destino a conviver somente com o
desconforto, com a instabilidade e com a incerteza, todos os dias, como se não
houvesse amanhã. Mas há.
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