Quem ama, chora...e aquela lágrima não é uma gota, é do tamanho de um oceano de amor que não se define por ela quando cai. Quem chora de dor, ama a si mesmo por demasiado e sem se dar conta de que chora por não se achar merecedor. Penso que toda lágrima transcende palavras, resvala na emoção e desagua na alucinação. O próprio corpo se encarrega de se purificar, enquanto a mente dramatiza o óbvio. Lágrimas não tem tempo nem data de vencimento, não tem bordas nem selo de qualidade, não tem perfume nem preço. Lágrima é um estado de confusão entre o que se quer e o que se perdeu. Lágrima só tem um rumo, para baixo, mesmo que o braço a espalhe de lado ou um lencinho a beba sedento de função. O som da lágrima não é o choro, é o grito do ego ou o silêncio do desamor. Ela sempre cai devagarinho, não consegue ser brusca, nem na pele mais pêssego nem na estranheza do botox. Afasta os cílios com as mãos, observa e estuda sua trajetória, mas se deixa levar a esmo, empurrada pela outra lágrima que vem logo atrás. Lágrimas desconhecem a inquietude das horas, caindo a qualquer momento e em qualquer lugar, se for solicitada. Lágrimas conhecem apenas uma coisa. Conhecem o amor.
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