Somos criaturas líquidas andantes. Hospedeiros para
tudo o que for vivo e conseguir se aliar à nossa alimentação como veículo de
transporte. Somos o vazio ambulante que preenche todos os espaços entre as
células do corpo, apesar dos pesares e das distrações. Somos criaturas líquidas
que se solidificam pela paixão à matéria, se vaporizam pelo efeito do abandono,
mas se eternizam pelas cores da alma. Somos páginas brancas à espera da caneta
do destino, bula sem remédio, trilhas sem rumo, alicerce sem casa. Somos o
vazio pleno de ilusão, cheio de sonhos possíveis e impossibilitados pela
própria limitação, repleto de fantasia e imaginação. Com nome ou sem nome, nos
braços da fama ou nas mãos da insignificância, pereceremos da mesma forma. Em
nós, jaz.
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