O mistério nos parece um
constante desafio, uma provocação para sairmos do foco em si e mergulharmos no
desconhecido com muita fome de saber. O desconhecido pode vir a se tornar
conhecido, mas o mistério nunca deixará de ser mistério, pois esconde sua
essência com camadas e camadas de transcendência. Se fractais se repetem, se o
mar não se cansa de produzir ondas, se o infinitamente pequeno reflete a
estrutura inerente ao infinitamente grande, esta infinitude não tem planos de
se tornar finita. O mistério sempre será um convite de movimentos, um promotor
de eventos, nunca o evento em si. Nosso maior erro consiste em querer desvendar
o mistério, ao fragmentá-lo em tirinhas de conhecimento. Saber a fórmula da
água não mata a sua sede, assim como o mapa não é o território. A árvore do
conhecimento, da qual mordemos suas maçãs diariamente, não está no Eden. Quem
está no Eden é a árvore da vida. O mistério está sempre do lado de lá.
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