domingo, 27 de outubro de 2019

POEMA DO OLHAR MENOR



Minha visão real sobre o mar é menor do que um rio.

Meus olhos são dois balões, só veem o que me insufla este olhar.

Daquilo que pouco vejo, menos ainda me consome.

Seja brisa, seja vela, navego sozinho com suas estrelas

Onde o morto quer viver...e a pedra quer voar.

De grão em grão a areia se acomoda sem que a vejam.

Tudo se arranja dentro e fora do olhar.

No olho da vida morrem imagens, outrora navegadas.

Lágrimas de areia, de vento e gaivotas devolvem-me ao mar

Enquanto o sol ardente ignora minhas pupilas pesadas.

É assim que o tempo

Aprisiona o meu olhar.

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