Somos
seres transitórios, mas nem por isso devemos deixar de nos procurar e nos
encontrar na busca fundamental de nós mesmos. Tempo se perde em muitos
territórios sem donos, em muitas esplanadas ilusórias, em paisagens habitadas
por fantasmas coloridos. Tempo se gasta na busca desenfreada pelo prazer, pela
atenção, pela razão, fingindo estarmos procurando pelo novo e pelo diferente. O
inédito nos enlaça mas não nos ensina a desatar os nós. O que se repete pode
ser compreendido somente mais tarde pelos desavisados. O fascínio pelo
conhecido se turva repentinamente diante do imprevisível que ele produz.
A
transitoriedade consciente é um convite de mergulho interior. Tal qual um
oceano, na sua proliferação de diversidades, fontes inesgotáveis de sabedoria
nos esperam para uma conversinha de coração para coração. Melhor do que
encontrar respostas é não ter mais perguntas a fazer, repousando na aceitação
daquilo que é eterno ou imutável. Como é bom colocar nossa ignorância para descansar.
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