COMPULSIVOS OU CONSCIENTES

Existem tres categorias de atividades mentais, os que pensam com criatividade e consciência, os que pensam demais e nada criam e os que são pensados pela midia social ou pelas instituições.

Se a vida não está acontecendo do jeito que você pensou que deveria acontecer, você é um ser infeliz, mais por acreditar que este jeito não é possível do que pela impossibilidade em si. Você deve estar lutando contra a natureza e suas leis imutáveis, ou comprando lutas homéricas que jamais vencerá, ou você está projetando os raios de negatividade por ter se tornado fonte de fracassos pessoais. Ser compulsivo é mudar de sonhos sem completá-los.

Pensar com consciência inclui conhecer a diferença entre realidade e fantasia, conhecer os próprios limites e recursos para se reorientar ou se capacitar, ou conhecer-se bem. Pensar com consciência significa acreditar em si, ser seu melhor amigo, não cobrar muito de si a ponto de querer carregar nos ombros o peso da família ou do mundo e deixar de ser um sonhador utópico para ser um realizador de sonhos mensuráveis. Observe neste instante se você é um sonhador compulsivo ou consciente.

COMO SAIR DAS ONDAS DO MEDO

Toda expressão de medo é bloqueio de nossa criatividade e manifestação sutil de codependencia. Quanto maior o bloqueio, maior a percepção de sofrimento. Sem criatividade temos que repetir nossas reações anteriores, ficando limitados  na escolha de ferramentas para solucionar a circunstância ou evento. Sem liberdade, temos que buscar atenção e pedir socorro a quem antes entregamos nossa responsabilidade de escolher. Entramos numa roda emocional e mental, recriando o medo recente como se fosse uma linha contínua, criando novas ondas de medo.

Para sair da roda precisamos questionar nossos pensamentos irracionais, deles duvidar, distrair nosso foco de atenção. Esta distração cria espaços vazios para preenchê-los com positividade e para nos movimentar no campo da criatividade, fazendo novas escolhas. Este vazio nos convida a dar um tempo, a permanecermos no momento presente, a respirarmos com calma e segurança. Quando assim vivemos, lembramos o amor dentro de nós.

QUATRO RESPOSTAS DE DEFESA

Em momentos de grande perigo, ou ameaça, o corpo humano foi dotado com um mecanismo de defesa de correr-ou-lutar para sobreviver e proteger a vida que é tão valiosa ao universo. Se o individuo ameaçado souber lutar com artes marciais ou se estiver armado com arma de fogo, ele pode usar a força do instinto e acionar o mecanismo de defesa ou afastar-se do perigo. Se não souber se defender, ou não utilizar a calma como instrumento de sobrevivência, o próximo estágio será congelar qualquer ação para não comprometer a própria vida. Esta fase compromete o corpo humano com hormônios excessivos, utilizados na contração e constricção dos nervos, músculos e órgãos, em preparação para a próxima fase de colapso. Ao colapsar, o corpo promove certo grau de desconexão com a mente devido ao excesso de raiva e inconformismo com o evento. Esta desconexão pode durar até um ano em alguns casos, mas um dia a conexão será reativada, seja por consciência ou por uma cena parecida na televisão ou por uma frase lida com impacto de ameaça, e se manifestará em forma de estresse, raiva ou ódio mortal, sendo liberada em conta-gotas de depressão, síndrome do pânico, vergonha ou orgulho exagerado. A vida não pode parar.  Ela exige consciência para prosseguir vivendo.

MANUAL DE INSTRUÇÃO

Dizem que nascemos sem manual de instrução. Podemos aprender ao longo do caminho, criando ou recebendo oportunidades, gerando ou recebendo cultura, amando ou sendo amado. No entanto, se olharmos para o corpo -  nosso instrumento de Ser - vemos nele tal manual de instrução.

Os pés apontam para a frente, para o futuro, pois para frente é que se anda. Não nascemos para ficar parados e a mobilização ou movimento é elemento constante da vida, por isso o sangue está sempre se movendo.  As mãos, duas na maioria, representam a dualidade da realidade em que vivemos, convidando-nos a experimentar sua união. Podem se unir em oração, em negociação, podem caminhar amorosamente de mãos dadas, podem tocar um violão, podem unir os opostos e evitar a separação. A respiração acontece em ciclos de inspiração e expiração para compreendermos que devemos libertar tudo o que não nos serve mais, já que tudo tem a sua função e nada é para sempre. Não estamos aqui para nos apegar a nada nem a ninguém. O cérebro evolui lentamente desde o reptiliano, passando pelo límbico, pelo neocortex e agora pela reativação do lobo frontal, informando-nos que a evolução é inevitável e com ela devemos nos comprometer. Manual temos sim, basta ler.

POEMA DO OLHAR MENOR

Minha visão real sobre o mar é menor do que um rio.

Meus olhos são dois balões, só veem o que me insufla este olhar.

Daquilo que pouco vejo, menos ainda me consome.

Seja brisa, seja vela, navego sozinho com suas estrelas

Onde o morto quer viver...e a pedra quer voar.

De grão em grão a areia se acomoda sem que a vejam.

Tudo se arranja dentro e fora do olhar.

No olho da vida morrem imagens, outrora navegadas.

Lágrimas de areia, de vento e gaivotas devolvem-me ao mar

Enquanto o sol ardente ignora minhas pupilas pesadas.

É assim que o tempo

Aprisiona o meu olhar.

O DESENCONTRO DAS PALAVRAS

O que eu falo não é o que eu estava pensando em falar. O que eu escrevo não é o que eu estava vivendo. O que você lê não é o que o escritor estava pensando. O que você pensa não é o que você queria fazer. O que você faz não é o que o outro faria se estivesse em seu lugar. O que você acredita não é o que acreditava quem o disse pela primeira vez.

O que você fala não é o que você escreveria se estivesse no pensamento do outro. O que você lê não é o que eu negaria. O que eu vivo não é o que você acredita. O que você pensa agora não é o que pensou pela primeira vez. O que eu penso de você não é você. O outro não fala o que eu falo, não escreve o que eu escrevo, não vive o que eu vivo, não faz o que eu faço, não sabe o que eu sei, e nem acredita em mim.

DEPRESSÃO E PERCEPÇÕES

Toda transformação consciente é dolorosa exatamente pelo enfrentamento das próprias limitações, mas é possível diante das trocas de percepções. Não basta se ver enfraquecido e de repente desistir, jogar a toalha, nomear-se incapaz, dizer que não consegue. Não basta encarar as perdas reais e de repente se considerar merecedor do evento, inferior, coitadinho, pequeno. A transformação de percepções precisa ocorrer em todas as frentes de batalha, em todas as áreas da vida, desde a geração de novos pensamentos mais otimistas até o desejo de recomeçar uma nova experiência que lhes traga contentamento. A busca de apoio, de conhecimento,de recursos, de modelos saudáveis de existência, de disciplina e responsabilidade para com a própria estória torna-se vital. A busca por conexões deve se dar em todos os planos, inclusive o “espiritual sem culpa” com a ajuda do auto perdão. Não é fácil andar na lâmina afiada da recuperação. É preciso ter compromisso com a engenharia e a arquitetura do próprio destino. Senão a casa cai.

PARA ANESTESIAR A DOR

Na constelação familiar e sistêmica questiona-se também por quem o viciado está bebendo, ou usando drogas, ou perdendo tudo em jogos de azar, ou tornando-se fanáticos religiosos, além de investigar a fundo situações em que vários ancestrais  sofreram muito quando algo importante lhes foi tomado em heranças, divórcios, brigas entre famílias, mortes, separações indesejadas entre mãe e filhos, abortos sem comum acordo entre os pais, crimes, falências financeiras, amputações físicas por doenças ou acidentes, despejos, abandonos, doenças mentais, violência doméstica e recorreram aos vícios para anestesiar suas dores insuportáveis. Estes padrões repetidos de comportamento diante de obstáculos e tragédias são repassados de geração em geração, psíquica e silenciosamente, quando não são tratados ou curados. Estas pessoas criam situações em que serão expostas a perdas para sustentar o campo energético familiar.

ALGUMAS CAUSAS DE VÍCIOS

A saída dos vícios passa pela formação de novas redes de neurônios que se formam, desta vez, com a criação de novos hábitos saudáveis e prazerosos na hora de se sentirem excitados, nervosos, ansiosos ou empolgados. Como tudo tem uma causa, estes sentimentos também são desencadeados por percepções de solidão, inferioridade, depressão,  trabalho excessivo, falta de propósitos na vida, insegurança, situações mal resolvidas emocionalmente, traumas da infância, indisponibilidade de recursos financeiros, comparações, influência de pessoas negativas ou viciadas, pressão social, dívidas financeiras, baixa estima, perdas pessoais, DNA, impulsividade incontrolável, relacionamentos insatisfatórios, uma lista sem fim. Mas como nem todo mundo tem os mesmos recursos ou valores, nem todos se tornam viciados para resolver seus problemas e desafios, buscando ajuda ou sendo criativos. Quanto maior o vitimismo, maiores as chances de isolamento e mais negativas as percepções de rejeição, desistência ou incapacidade.

OS VÍCIOS

Nosso cérebro possui uma zona de prazer onde produz dopamina sempre que nos sentimos excitados. Esta prática constante estabelece um hábito,  devido a criação de uma rede de sinapses no sistema nervoso e cada vez que nos sentirmos novamente excitados, empolgados, ansiosos, nervosos, esta rede será reativada e gerará os desejos correspondentes ao hábito estabelecido anteriormente. As células nervosas gostam muito de criar novas redes pois elas também se cansam com os hábitos que passam a exigir menos delas por se tornarem automáticos. Quando um vício é criado, o processo se repete pela inversão de comandos, ou seja, a mente que comandava o cérebro passa a ser comandada pelo corpo através das redes. O vício transforma-se em perda de controle, morte da vontade própria e em algumas situações o resultado é overdose. Pessoas compram coisas desnecessárias e roupas que não usará, apenas pela força dos impulsos. Pessoas jogam compulsivamente e perdem tudo o que tinham por causa destas redes. Pessoas se tornam dependentes químicas pois o corpo tomou para si o controle de suas vidas. Por estes motivos elas precisam de ajuda externa se quiserem sair de seus vícios.

DE ONDE VIEMOS

Da Luz viemos e para a Luz retornaremos se permanecermos conscientes desta verdade universal e a maior prova de que dela viemos é a capacidade de manter acesa a chama do amor em nós. Os seres de luz comportam-se como a copa de uma árvore, os seres da escuridão comportam-se como as raízes. A copa está voltada para a produção de frutos praticando o bem, pois do alto vê mais. As raízes são tomadores e, quando intoxicadas, podem derrubar a árvore, pois pouco veem. Viver como raízes é segurar o peso dos desejos nos ombros sem poder manifestá-los, no máximo se achar o dono da árvore. Viver como copa é expressar a plenitude, o potencial pleno, a comunhão como respiração, é apresentar-se ao mundo como embaixador do Amor Maior. Da Luz viemos e para a Luz retornaremos. Mesmo que sendo Luz implique em incomodar a escuridão de algumas pessoas.

HOJE O MEU CORAÇÃO PEDE PASSAGEM

Se você sofreu uma perda difícil de aceitar...

Se você está deixando pessoas decidirem por você...

Se você tem muitas perguntas sem respostas...

Se você quer sorrir mais e sofrer menos...

Se você quer ter uma ou mais experiências místicas ou quânticas...

Se você quer transformar sua realidade pela transcendência...

Se você quer crescer em consciência do potencial pleno...

Atenda ao Treinamento Bioplenitude (www.bioplenitude.com.br)

VIVENDO EM FLUXO

Você só será livre quando tomar as atitudes necessárias e deixar de apenas reagir às circunstâncias. A realidade material é apenas reflexo das imagens que a humanidade segura em suas mentes. Quem sustenta pensamentos de falta, fracasso, miséria, injustiça, jamais verá na própria vida a abundância, o sucesso, a riqueza e a justiça, pois seus olhos veem o que a mente imagina ser real e poderoso por ter se tornado crença. Não importa a área escolhida, não importa a súplica ou o desabafo, não importa a bandeira abraçada. Juntar-se aos negativos é idolatrar a perda para que possam um dia serem dominados ou escravizados. Entrar na casa dos otimistas pelas portas da frente é abocanhar uma parcela da energia positiva. Se tudo é energia, que aprendamos a fluir com ela até nos darmos conta de que dentro do fluxo não existem nem perdedores nem ganhadores. O fluxo nos liberta.

QUANDO EGOISMO MATA

Quem se enche de ego se inflama com sua própria inutilidade para a vida, não deixa espaço sequer para quem o criou como Ser e orgulha-se de professar que não acredita no Criador. Quem se vale de domínios egoístas mal sabe o quanto é vazio e ausente de luz e permanece estancado com poucos recursos. A espiritualidade não existe para ser institucionalizada em religiões, mas sim para possibilitar a fotossíntese da alma. Quem não acredita na existência da alma escolheu ser um desalmado, acorrentado pelos elos da ignorância, pois a ele basta ser eliminado como vil matéria, a ele basta ser definido na limitação de uma equação matemática previsível, a ele basta um par de olhos cegos e natimortos. Quem não acredita no Criador e na existência da alma jamais será capaz de amar, pois perdeu-se na trama das teorias, saindo vazio da vida tanto quanto vazia foi sua primeira página de chegada. Em sua torpe proclamação do Ego, os egoístas contaminam a experiência humana ao tentar destruir nossa unidade.

SEMENTE

Quando lembro do poder de uma única semente disponibilizar-se para a vida, sofrer a escuridão do processo de germinação, correr os riscos da adaptação ao ambiente, enfrentar mudanças de estações e pelas mudanças ser levada a outros estados do Ser, resistir aos ventos e tempestades, produzir uma copa imensa que sirva de casa para os pássaros do céu, sem perder o apoio das raizes escondidas, possibilitando o fluxo de seiva e energia vital através de todas as folhas e galhos mesmo que nossos olhos físicos não possam vê-lo, gerando oxigênio para a Humanidade sobreviver na Terra, volto a refletir em quem somos nós e no quanto poderíamos fazer de bom durante a vida. Penso no poder incomparável que temos a mais do que as sementes e me entristeço vendo tantas delas cairem no cimento e nada produzirem.

Que eu seja intenção e seiva, tempo e abrigo, luz e determinação, paciência e entrega, fonte e processo para que a verdadeira vida seja vivida em plenitude.

PAIXÃO E DESEJO

O desejo gera contentamento, quando atendido, mas precisa ser logo substituido, reciclado, renovado ou repetido. A paixão gera realização pessoal o tempo inteiro, pois se trata de um processo ou um estilo de vida. O desejo atende ao corpo. A paixão atende à alma. O desejo aguarda. A paixão acontece, flui e colore os dias. O desejo é colher uma flor que logo murcha. A paixão é tornar-se jardineiro. Desejo é buscar a felicidade sem saber o que seja isso. Paixão é tornar-se este estado pleno do Ser. O desejo é acordar sem destino. A paixão é permitir que a própria luz abra caminhos. O desejo é ficar aqui parado, mergulhado em dúvidas. A paixão é entregar-se ao Treinamento Bioplenitude como água divisória em sua vida.

PROMESSAS

Cumprir uma promessa feita a alguém pode parecer algo pequeno, mas tem muitos valores envolvidos. Começa pela alimentação da confiança depositada, passa pela expectativa criada e desemboca na confirmação dos laços conscientes entre duas ou mais pessoas. Quem promete e cumpre mostra seu grau de consideração, responsabilidade e autenticidade. Sabe que não se deve brincar com as emoções dos outros, nem usar o tempo valioso delas desnecessariamente. Sabe o que lhe cabe e não envolve terceiros descompromissados. Não gera mentiras, desencantos nem ilusões. Não deixa ninguém na mão.

Quem cumpriu o que prometeu alcançou a própria valorização, exercitou a honestidade e alimentou o fluxo dos acontecimentos. Sabe que todas as pessoas do mundo se apoiam no crescimento e se fez presente diante da realidade transformadora. Quem cumpriu o que prometeu, amou sem dizer nada.

MEU RIO

É o rio quem nos mostra o caminho sem esforço, sem conflitos ou brigas, sem resistência. Ele mostra que o caminho foi traçado rumo ao oceano sem distrações do ego, sem necessidade de remover as pedras ou obstáculos naturais na jornada. Quem escolhe a linha reta garante conflitos, bate de frente com muita gente, na pressa de chegar e de ter razão. O melhor caminho é o de curvas, de malemolência, de dança do destino e a ele sobra energia para chegar inteiro no oceano. De que adianta chegar moído ou fragmentado, sofrido ou despedaçado nas portas da imensidão, e se dar conta de que não pode um passo, não tem forças para um abraço, pois tudo o que fez foi brigar, brigar e brigar na caminhada.

Hoje parei para escutar as lições do rio que corre dentro de mim.

PERTENCIMENTO

As tribos antigas, tanto indígenas quanto africanas, possuem famílias extensas, ou seja, várias gerações cuidam ao mesmo tempo de todas as  crianças do grupo. Foi deles que trouxemos em nós a necessidade de pertencermos a um grupo, um time, uma religião, um sindicato, uma gangue, uma associação, por exemplo, e chamamos a isso de pertencimento. Como abrimos mão do modelo eficiente das comunidades tribais em termos de relacionamento, sofremos as consequências trágicas de famílias disfuncionais, divórcios beligerantes e competição por um lugar ao sol, refletidas no isolamento social e na falta de experiências comunitárias que atendam nossa sede de amparo coletivo. Tivéssemos mantido a união e a colaboração como garantias de evolução, talvez não teríamos tido tantas tragédias humanas e tanto sofrimento a niveis individual e global. Daí a importância fundamental de cuidarmos melhor de nossos povos indígenas pois eles são guardiões daquilo que perdemos como família humana.

NOSSO LADO LOBO

Somos instáveis em nossa humanidade. As vezes nossa bondade é teórica, noutras ilusória e noutras enganosas, quando nosso lado lobo se veste de cordeiro. Sem ego, nossa bondade é digna dos santos, modelo para a raça, espelho da alma. Com ego, quem manda é o desejo e o apego. Por isso as vezes agimos humanamente e noutras somos desumanos, dependendo de quem foi injustiçado, usado, violentado ou desprezado. O resultado é sempre nossa incompletude e desconhecimento total do que somos capazes.

Nós não somos tão bons quanto imaginamos. Primeiro, porque a imaginação vem do cérebro que pode ter conexões quebradas, doenças mentais ou leituras erradas dos sentimentos avassaladores. Segundo, porque o egoismo nem sempre nos deixa em paz. Bem que poderíamos ser melhores.

MAMMA MIA

Quando nada acontece de novo, quando tudo parece previsível demais, quando abaixamos nossa guarda desanimados com a falta de esperança, inconscientemente geramos um pico de energia coletiva, represada no campo das ideias, com o potencial explosivo das surpresas. Estamos beirando este momento.

Energia foi criada para ser constantemente transformada, mas quando não agimos como catalisadores, ela se organiza sozinha e explode aos nossos olhos para continuar obedecendo as leis da natureza. Somos surpreendidos pela força dos ventos dos acontecimentos, pelo arrastão dos resultados inesperados, pela junção das forças dos calados que se fermentou sorrateiramente sem que ninguém previsse. A bolha se arrebenta, perdemos momentaneamente a respiração ao sermos impactados pelos fatos, tomamos consciência de havermos perdido o trem da história e procuramos por um sofá para estatelarmos nosso olhar de infinito. A boca aberta revela um céu sem estrelas. Todos se reunem na esquina da vida para digerir o rabo do destino, dizendo apenas “não acredito no que estou vendo!!!”

ERRO DE ESTRATÉGIA

Se a gente fosse da gente,
a gente andava de cabeça erguida.
Mas não...
A gente se dobra ao sonho e ao desejo
e acaba ficando de joelhos.
A gente se arrisca em voos altos
e acorda no chão em sobressalto.
A gente se presta à farsa e ao engodo
até ser levado pela boca do lobo.
A gente se apega ao medo e à bengala
achando que a força nos vem de graça.
A gente se empresta ao vício, à ideologia
dormindo vencidos pela promessa fria.
A gente se entrega aos favorecidos
pensando que assim seremos felizes.
Perdidos caminham na estrada vazia,
tamanha ilusão a sina escolhida.
Se a gente fosse mesmo da gente...
a gente andava de cabeça erguida!!!

ADAPTAÇÃO

O mundo não é dos mais fortes nem dos mais inteligentes. O mundo é dos que melhor se adaptam às mudanças. Cinco mil anos de história da Humanidade comprovam. Impérios gigantes tombaram e gênios foram varridos do mapa de influência por avançarem contra os interesses dos poderosos e não se adaptarem ao fluxo. Quando as mudanças chegam depressa, dizemos que não tivemos tempo de adaptar a elas. O que está por trás desta leitura? Um possível erro de estratégia.

As melhores posturas diante da realidade são dar boas vindas às mudanças e colocar foco em todas as possíveis vantagens daquela mudança específica para colher seus frutos. Como a maioria das pessoas prefere criticar, posicionar-se radicalmente contra elas, resistir ao novo, evitar a expansão da mente que possa incluir mais pessoas, então a consequência maior é a percepção de que a mudança foi devastadora. Esta percepção errônea cataliza conflitos, doenças e mortes prematuras, gerando outras percepções de fazer justiça com as próprias mãos. A correção dos rumos seria a partir da adaptação às mudanças e da conquista de suas vantagens para si e para o bem comum.

CONSTRUÇÃO EMOCIONAL

Assim como existem construções mentais, assim também existem as construções emocionais. A complexidade das atividades cerebrais e a engrenagem fenomenal de todos os órgãos do corpo, desde os genes até a dança das proteínas, possibilita à mente humana arquitetar e construir imediatamente uma rede de conexões nervosas que exigem tradução instantânea.

Um pensamento repetido ativa a memória e libera uma emoção arquivada equivalente. A emoção se alia ao pensamento e traduz benefícios para a sua existência e continuidade. A pessoa autoriza esta emoção a fermentar e tomar conta da situação como forma de linguagem, crescendo as vezes de forma esmagadora em rios de lágrimas ou raios e trovões de ansiedade, ou em outras situações positivas gerando êxtase e beatitude. Portanto, a felicidade é sim uma construção emocional.

A BUSCA FUNDAMENTAL

Somos seres transitórios, mas nem por isso devemos deixar de nos procurar e nos encontrar na busca fundamental de nós mesmos. Tempo se perde em muitos territórios sem donos, em muitas esplanadas ilusórias, em paisagens habitadas por fantasmas coloridos. Tempo se gasta na busca desenfreada pelo prazer, pela atenção, pela razão, fingindo estarmos procurando pelo novo e pelo diferente. O inédito nos enlaça mas não nos ensina a desatar os nós. O que se repete pode ser compreendido somente mais tarde pelos desavisados. O fascínio pelo conhecido se turva repentinamente diante do imprevisível que ele produz.

A transitoriedade consciente é um convite de mergulho interior. Tal qual um oceano, na sua proliferação de diversidades, fontes inesgotáveis de sabedoria nos esperam para uma conversinha de coração para coração. Melhor do que encontrar respostas é não ter mais perguntas a fazer, repousando na aceitação daquilo que é eterno ou imutável. Como é bom colocar nossa ignorância para descansar.

OLHAR TRANSCENDENTAL

“Atender ao Treinamento Bioplenitude é como se encontrar com o espelho mágico” disse uma das participantes. Que espelho seria este? Um espelho diferente que afia o olhar suavemente e permite uma viagem profunda no próprio interior, no veículo seguro de práticas e dinâmicas. Um espelho mágico onde se aprende a observar da janela lateral, com olhar transcendental, o sol que refletimos desde nossa essência. Este olhar transcendental é libertador, consciente e limpo, pois aprendeu a limpar as dores emocionais e as amarguras do coração com as mãos do amor maior. Este olhar transcendental, moldado pelo carinho e pela sutileza do indizível, nos presenteia com pequenos milagres de paz dentro do grande milagre que é a vida. 

Para quem tiver olhares perdidos, mire-se no espelho mágico do Treinamento Bioplenitude.

A ALMA E O EGO

Tem momentos em que vemos a alma como o oposto do ego. Os dois precisam ir à escola e se matricularam na Faculdade Planeta Terra. A alma quer aprender sobre o profundo, o sentido e o significado . O ego quer aprender a lidar com as emoções. A alma não se interessa em voltar ao território emocional para não perder a noção de autenticidade, integridade e transparência que ela adquiriu a duras provas. O ego não se sente atraído pelo desapego e se diz apaixonado pela ambiguidade, pois quer viver em eterno recreio escolar.

As duas partes precisam de desenvolvimento, de maturidade, de consciência mais elevada. Os dois necessitam das aulas de transcendência. A alma precisa mergulhar no infinitamente pequeno e o ego desistir do  infinitamente grande. Sem a reunião ou convivência amistosa destas duas partes, a vida vai sendo levada com insignificância, restando ao destino aproveitar os dias quando a alma dorme e aproveitar as noites quando o ego ronca. Enquanto isso, a professora prepara mais uma aula de consciência para seus alunos incorrigíveis.

ESTADO SEM PERGUNTAS

Quanto mais perguntas se faz, mais impotente se sente, pois cada resposta incompleta se torna questionável novamente. Na maioria das vezes o final da conversa termina pelo cansaço, ou pelo calor dos ânimos ou pelo sentimento de fracasso diante do que se criou a partir de guerras de palavras. A única forma de evitar estes sentimentos ou sensações é abandonar as discussões e somar todas as expressões compartilhadas, somar as polaridades, conciliar as diferenças como caudas e trombas de um elefante pertencentes ao mesmo corpo. Isso não é possível somente quando a intenção de quem iniciou o questionamento era de impor sua opinião sobre os demais. Pode-se educar pessoas para o acolhimento da diversidade de percepções. Pode-se educar a si mesmo para o acolhimento de um estado interior sem perguntas, um estado de observação e contemplação do fluxo de energia trocado entre duas ou mais pessoas. Ao colocarmos o ego para dormir mais cedo, sobra o espaço vazio para conter e nos revelar mais riquezas da consciência universal.

PAIXÃO PELO MISTÉRIO

Durante o Treinamento Bioplenitude, várias pessoas conseguem sair da linha do tempo e conscientemente se apaixonar pelo vazio da eternidade. Isso não faz sentido para quem não o consegue ou duvida desta possibilidade, mas quem nela acredita embarca sem malas e com grande contentamento, voltando transformados interiormente por terem aberto o portal das percepções e adquirido novas direções. 

Levantados do chão pela expansão de consciência, já não se deixam mais distrair tanto pelos sentimentos de apego ou sofrimento criado pelos recortes mentais. A paixão pelo infinito, pelo silêncio cósmico, pela paz interior torna-se um compromisso de alma para cultivá-la sempre. O mistério fala mais alto, a entrega é amparada pela calma, a claridade dos fatos permite espaço à neutralidade até que se enfraqueçam os conflitos oferecidos pelo mundo. Pouco a pouco nos libertamos dos conceitos que nos aprisionam e dedicamos a energia disponível para atitudes mais belas.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE IGUALDADE

Toda pessoa, toda alma humana, tem a sua dignidade e merece respeito. Todos receberam igualmente o direito de serem colocados no mesmo espaço planetário e na mesma linha do tempo. A todos foram dadas as mesmas leis universais, a mesma biologia, a mesma árvore genealógica inicial. Todos respiram o mesmo ar e executam as mesmas funções orgânicas, os mesmos sentimentos, o mesmo  anseio de existir e de se adaptar às circunstâncias. A todos foram dadas a mesma lei da gravidade  e a mesma sustentação através do ato de comer. A todos foram dadas a dor e o prazer. A todos foram dadas as possibilidades do ter, do desejo, da luta. A todos, o mesmo livre arbítrio para cada um decidir o que fazer com toda esta herança, ao escolher suas palavras e ações. A todos foram dadas as limitações da doença como memória constante de nossa finitude material e dualística, enquanto vivos na terceira dimensão. A todos foram dadas a mesma energia em suas diversas formas naturais, do pó ao espírito, no processo eterno da transformação. Cumpra-se!

A ÁRVORE COMO RESGATE

Nos relacionamentos que enfrentam a possibilidade de separação, há que se entender a sutileza de outras interações envolvidas no conflito. Quem parece querer sair do casal, na verdade está buscando inconscientemente o amor de mãe ou de pai com o qual se desentendia. Há uma narrativa silenciosa de negação. Há uma projeção emocional cega em busca da reorganização do amor na árvore genealógica, um exercício de união no processo de metagenealogia. A separação é busca de resgate. Se a relação conturbada com um dos pais não é resolvida, esta energia de separação continua afetando a vida do filho ou filha nos relacionamentos ( no caso de mãe) ou nas finanças (no caso de pai). Esta energia psíquica é poderosa a ponto de se perpetuar em outros descendentes até que seja curada ou alcance um nivel tão grande de separação que convide a morte como solução. A árvore se reorganiza com calma, dando tempo ao tempo, dando chance ao aprendizado, pois este gesto de esperar com calma é a expressão de amor da própria árvore para com seus membros.

A ÁRVORE COMO UM TODO

Atender ou participar de constelações sistêmicas e sessões de metagenealogia apenas para resolver problemas pessoais é um ato genuinamente egoista. Os trabalhos terapêuticos sistêmicos existem para a árvore genealógica como um todo, existem para reorganizar a ordem do amor, e sem este amor no coração e na intenção, os resultados podem ser insatisfatórios ou duvidosos. A trama familiar é feita com emoções mal resolvidas, segredos de família, limitações e manipulações orquestradas pela cultura, complexidades fisiológicas e mentais, cargas espirituais e desejos ignorados. A natureza em sua sabedoria nos demonstra e espelha esta organicidade sistêmica, como prova de que somos uma família humana evoluindo em conjunto. Não se trata de fazer constelações apenas para se libertar, mas sim praticar o amor coletivo ou universal. É no amor que mora a grandeza e o coração dos trabalhos sistêmicos, ao ajudar pessoas que se foram materialmente desta vida mas ainda pulsam em nosso campo energético. Que vença o AMOR!

A GENTE NASCE

A gente nasce como se fosse um cano, um bambu oco, prontos para a vida soprar sua força dentro de nós. Inspiramos e expiramos a todo instante para sentir este sopro de vida que entra por uma extremidade e sai pela outra. Durante nossas interações com outros seres, somos impactados com a agressividade de alguns comportamentos alheios, somos traumatizados por outros que nos fazem buracos e nos arrancam pequenos pedaços do Ser. A gente passa parte da vida tentando tapar estes buracos com tratamentos, medicamentos, perdão, conceitos de religiosidade, com racionalização ou até mesmo com a anestesia da negação. Passamos parte da vida sem sentido, revoltados, inventando motivos, caminhando distraidos, sendo arrastados na linha do tempo e na ilusão do espaço.

A gente um dia percebe que toda aquela trajetoria e feitura de buracos servia a um propósito maior. Estávamos sendo preparados para o espetáculo do Criador, o instrumentista mais talentoso do Universo, vir nos chamar de flautas e tocar em nós canções originais de transcendência. Durante toda a nossa percepção de existência, já estávamos nas mãos Dele.