Num mesmo dia dois amigos bem próximos me disseram
coisas semelhantes com palavras diferentes. Um disse que eu não o conhecia bem,
só um pouquinho, nestes doze anos de amizade, em termos de relacionamento. O
outro disse que se parece comigo e sabe tudo sobre mim, pois vê em mim tudo o
que ele percebe em si. Comecei a pensar sobre o que estas duas afirmações
teriam em comum. O universo tratou logo de intervir e me colocou diante dos olhos
um vídeo sobre a estória de uma mulher que teve que abraçar uma mudança radical
em sua vida, a partir do momento em que seu marido leu o diário secreto dela e
ameaçou expô-la diante de toda a família deles, no que acabou em divórcio.
Percebi então que passamos nossa vida inteira caminhando sobre a corda bamba do
talvez, focando a atenção no início e no fim em vez de validarmos a travessia,
pois é na caminhada que nos encontramos verdadeiramente, é na caminhada que
percebemos com clareza sermos os únicos responsáveis pelo que somos e pelo que
fazemos, é na caminhada em chão sólido que nos resgatamos de uma autoimagem sustentada
no alto por encomenda da sociedade.
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