Ter uma ideia do que
pintar não é inspiração, é ideia. Somente com o ato de se entregar à pintura de
algo é que o processo inicia, porém sem o controle total do artista. Este algo
se torna uma narrativa visual, com pelo menos um personagem imaginário chamado
vida ou chamado cor, o qual se encarna no pincel e comanda perspectiva e forma.
Dali em diante uma estória toma corpo e delicia os sentidos do artista, em
comunhão com o ato da criação. A tela em si se faz. Bem que o artista corrige
aqui, muda a cor ali, derrama outras camadas suporpostas, mas no fim de tudo, é
a tela quem decide o momento de parar. O vazio da tela é linguagem também.
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