Quem nunca morreu não
sabe seu gosto. Quem perto dela chegou, sentiu seu cheiro desagradável de
despedida. Quem ouviu seus passos se aproximando, correu na direção contrária
em busca de prorrogação. Quem leu sobre sua fatídica chegada, por certo se
assustou com o próprio currículo de vida. Quem com ela trabalha, acredita ser
por ela esquecido. Quem a noticia, morre um pedacinho em cada espanto coletivo.
Quem a pinta com molduras, antecipa seu derradeiro encontro. A morte é comida
estragada, ceia de ossos, pálpebra cansada sem direito a descanso. Cada morte
tem o gosto de seus algozes.
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