O permanente está sempre viajando em busca do
aparente, pois no fundo sabe estar vivendo uma grande utopia, a inverdade de
durar eternamente ou de tomar posse da experiência. É que o permanente sente a
tensão entre o constante e o inconstante e nela se perde para preservar suas
percepções de realidade. Como as realidades são muitas em uma só, o permanente
interpreta estas variações e age sedento em busca da perfeição de ser permanente.
Ele não tem a visão panorâmica e global da existência. Para ele, o perfeito se
parece com imperfeição em sua visão míope de tudo o que escapa ao seu controle.
Para ele o objetivo principal da existência tem que ser algo tangível e
sustentado na linha do tempo.
Viver o intangível é um grande desafio para quem busca
a felicidade. Abrir mão de se completar é uma arte, já que, ao buscar a
completude, a pessoa limita tanto a experiência de existência quanto o próprio
conceito de individualidade. Trocar a natureza morta, na vida, por um quadro abstrato e conseguir transcender
a beleza nele existente é uma arte e tanto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário