O segredo da infelicidade é ser extremamente egoísta,
desconhecendo a importância da arte de ouvir e a relevância da experiência dos
outros como referencial para evitar sofrimento desnecessário. É mesmo muito fácil
ser infeliz, principalmente quando perdemos o sentido da evolução e abraçamos o
imediatismo irresponsável e consumista dos tempos modernos.
Outra receita infalível para sermos infelizes é negar
constantemente a realidade, teimar com todos sobre os erros deles e defender
bravamente nosso ponto de vista unilateral. Colhemos a intolerância como fruto
das relações, estimulamos nossa pressão arterial a subir nas alturas, rompemos
vínculos sociais, duvidamos de nossa própria capacidade e desistimos da esperança
e da vida.
Quem quiser ser infeliz basta comprar muitos espelhos,
inflar o ego com gás hélio, desfilar no emprego seu corolário de reclamações,
criticar afoita e precipitadamente todas as pessoas que partilharem do mesmo
espaço com elas, desacreditar em Deus, adotar frases negativas para todas as
conversas e afundar-se no sofá da zona de conforto para assistir televisão,
muita televisão. Dada à facilidade de expressar tais recursos e ao número
excessivo de infelizes no mundo, já é hora de elegermos o Nobel da Infelicidade
para inspirar os positivos a se converterem.
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