Se o caminho pede a caminhada, se o destino tem destinação e
se o tempo não tem tempo para ficar, é o caminhante quem determina o ponto de
chegada, no momento em que encontra a si mesmo e reúne todas as forças
interiores. Se o caminhante imita outros caminhantes e se arrisca demais ao
cortar caminhos, pode se perder do caminho, pois no processo de auto-descoberta
não há espaço para distrações.
Quem quiser se conhecer profundamente, primeiro tem que se
aceitar como se percebe, depois mudar os ângulos de percepção e aceitar
conectar as partes diferentes descobertas no processo, provocando neutralidade
na auto-imagem. Desta neutralidade surgirá o espaço interior para mergulhar em
seus desertos, onde terá a oportunidade de desaparecer pelo avesso. Sem as
limitações, este vazio se preencherá apenas com a essência do Ser,
possibilitando a percepção da própria infinitude num salto quântico de
inimagináveis experiências. O Ser e o Ter se dissolverão em plenitude, restando
apenas o Estar.
Estar presente, estar em movimento silencioso, estar
Presença, tudo isto é o despertar segundo aqueles que se perderam de si e abraçaram
a vida como respiração de contemplação e êxtase.
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