Sem dúvida nenhuma, o acontecimento brasileiro de maior
valor histórico do ano 2012 foi o julgamento do Mensalão, onde nem um calhamaço
de provas de empréstimos sem obrigatoriedade de devolução( se não for
corrupção, o que seria então para os tolos?) serviu para o partido governista
assumir “mea culpa” ou para Lula parar de menosprezar a inteligência de alguns
brasileiros, ao insistir em dizer que não viu nada nem sabia de nada. Foi o ano
em que o Brasil inteiro conheceu a amante de Lula há 19 anos. Definitivamente,
nas terras da Lei de Levar Vantagem em Tudo, o segredo da permanência no poder
central é agir como governo assistencialista e dar um nome pomposo a isto,
mesmo diante de um Pibinho ridículo, inflação oficial em torno de 6% e de
escândalos políticos vergonhosos. Foi o ano em que a população brasileira
resolveu imitar o avestruz, enfiando a cabeça na areia.
No mundo globalizado, o acontecimento inesquecível foi o
aprofundamento da crise econômica européia, alterando toda a rede econômica
internacional. O Brasil teve a pior performance entre os países emergentes. Os
Estados Unidos reelegeram Obama, apesar dele não ter dado conta do desemprego
americano. Chaves foi reeleito na Venezuela, obrigando todo o funcionalismo
público a trabalhar eleitoralmente para ele com risco de perderem seus
empregos, apesar do câncer estar tomando conta de seus ossos com a mesma
voracidade que ele tem pela permanência no poder. O genocídio continua na Síria
pelas mãos sanguinárias do ditador Assad, apoiado pelos interesses comerciais
bélicos da Rússia e da China. O Egito derrubou o ditador Mubarack e elegeu a
Irmandade Muçulmana, plantando sementes de caos político e guerra civil com sua
intolerância religiosa. No ano dos ventos houve muita troca de poder político
em todos os lugares do planeta.
A natureza foi marcante com as explosões solares,
intensificando o calor em todas as regiões do globo. As ciências médicas não
encontraram cura para nenhuma doença. A tecnologia continua criando celulares
mais inteligentes do que as pessoas que os usam. A violência urbana brasileira
ceifou a vida de muitos jovens e militares, assustando a sociedade
desorganizada e desprotegida pelo Governo Federal. Nada de novo surgiu nas
artes, havendo apenas destaque para a novela global Avenida Brasil fazendo
apologia dos “barracos temperamentais e gritantes” da população menos culta e mais
exigente. O mundo conseguiu ser bastante pior no ano que ora termina.
O ano 2012 também será lembrado como o fim do mundo pelo calendário Maya que não aconteceu para anossa alegria. O ministro do Supremo Tribunal Federal foi o herói da vez e HOMEM DO ANO por nos devolver a esperança de que as leis servem para punir a todos, até quadrilhas de políticos corruptos que se infiltram nos governos.
Como a vida é passageira, ela foi implacável também com
personalidades famosas. Perdemos a simpatia de Hebe Camargo, a voz inigualável
de Whitney Houston, o humor de Chico Anysio, a inteligência de Millôr
Fernandes, a coragem histórica do astronauta Neil Armstrong e a leveza arquitetônica
de Oscar Niemeyer entre outros. Mas a vida continua para nós...por enquanto.
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