segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

PROCURA-SE


As escolas não são mais um lugar seguro para nossos filhos, diante de tantos bullyings ocorrendo, diante da distribuição farta e fácil de drogas ilícitas entre os alunos pré-adolescentes e universitários, diante de tantos malucos armados atirando indiscriminadamente contra os estudantes.

A internet já não é mais um espaço seguro para guardarmos nossos arquivos pessoais ou para transações bancárias, diante de tantas invasões de Hackers roubando senhas e informações empresariais para uso fraudulento e criminoso, para golpes de trotes e ameaças.
Os restaurantes de cidades grandes não são mais um lugar seguro e tranqüilo para deliciarmos refeições ou para socialização, diante de tantos assaltos e arrastões cometidos por menores delinqüentes. Os condomínios fechados, outrora ilhas de segurança, não são mais um lugar seguro para morarmos, diante de tantas invasões e pouco policiamento nas cidades inchadas de gente desconhecida.

Nossos lares e instituições de idosos não são mais lugar seguro para nossos bebês e vovôs que estão sendo abusados violentamente por acompanhantes e babás desequilibrados.
Nossos meios de transporte não são mais um espaço seguro para transitarmos pela cidade, diante de tantos assaltos e trombadinhas ou diante de quadrilhas violentas que ora incendeiam ônibus, ora forçam os passageiros a se despirem enquanto roubam toda a bagagem deles.

As igrejas pequenas ou seitas não são mais um lugar seguro para nossos idosos rezarem, pois que lhes são roubadas suas parcas aposentadorias e jóias, em nome das provas de que amam Jesus Cristo, sem poderem se defender, assustados com o teatro de expulsão de demônios.
As lojas e shoppings centers, o trânsito, os hospitais contaminados por ratos, os relacionamentos possessivos, tudo deixou de ser um espaço de convivência para alimentar o consumismo do capitalismo selvagem e o egoísmo encorajado das pessoas que não mais sabem lidar com as próprias emoções ou frustrações.

Procura-se um lugar seguro para cuidarmos da vida como ela merece, para protegermos os mais fragilizados como eles necessitam, para dormirmos tranqüilos após um dia cansativo de trabalho ou estudos.

Procura-se um lugar seguro para não sofrermos tanto diante do sofrimento de pessoas queridas, diante do direito inalienável que as pessoas tem de ir e vir, de entrar ou sair de nossas vidas. 

Procura-se uma nova arma de amor para atingir todos aqueles que perderam a esperança em si mesmos e a capacidade de separar os atos de um homem e os atos de um animal selvagem, em nome do imediatismo cego e inconseqüente.

Procura-se um lugar seguro para novos tempos de interação humana saudável e divina entre os povos.

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