A ignorância, a falta de
limites, o mau exemplo dos pais, a falta de caráter, doenças mentais, o
egoísmo, o exibicionismo, a identidade proibida, a vantagem física aliada a
redução intelectual, a ausência ou omissão dos adultos ou dos amigos e colegas
de classe, tudo isso favorece a impunidade daqueles que abusam verbal, física
ou sexualmente dos mais fragilizados ou mais pobres.
Nesta semana Xuxa veio
revelar em público que já foi molestada na infância. Demorou mas ela conseguiu.
Num país onde ainda não temos consciência suficiente para punir tais
comportamentos criminosos, numa cultura que objetifica as mulheres e abandona
suas crianças nas mãos de estranhos, numa sociedade que ri de quem foi abusado,
bem que poderíamos aproveitar a oportunidade para elaborarmos leis mais
modernas e mais humanas.
Um trauma de abuso não
se esquece jamais. Eles são revividos por pesadelos, por situações semelhantes
em contextos diferentes, por notícias na mídia, na hora do banho, na hora da
intimidade com o cônjuge, no silêncio de noites atormentadas pelo passado. A
lembrança de um abuso inibe a vida, poda a felicidade, os faz desacreditar na
humanidade e na compaixão. Humilhação, vergonha, abandono, são emoções
torturantes que sangram a alma e tornam os olhos opacos de tristeza. O abuso é
um ato demoníaco feito por pessoas doentes que não merecem ser chamadas de
civilizadas. Há que se repensar nossas leis e proteger mais as nossas crianças
nas escolas.
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