Aonde você está, meu
querido filho, que hoje não posso lhe abraçar com todo o amor do mundo? Aonde
você foi, minha querida filha, e quem lhe roubou hoje de mim? Foi o
esquecimento? Foi a pressa? Ou foi o tempo, este ingrato veneno?
Hoje quero lhe enviar notícias
minhas, ou melhor, só uma. Mãe não consegue nunca se ausentar de um filho, nem
na alma nem no infinito. Mãe é pele de oração, é olho de cuidados, é mente de
boas intenções, é intervenção divina. Mãe é a cor de suas palavras, é o sabor
de seus sorrisos, é o toque de suas carícias, pois você é apenas a continuidade
do que ela viveu.
Se hoje estou num asilo,
ou num hospital com Alzheimer, se hoje fui reduzida a uma fotografia numa
lápide fria ou se fui crucificada por meus comportamentos, ainda assim sou sua
mãe. Se hoje não existe lugar em seu espaço físico para eu me apoiar, se hoje o
telefonema é breve e obrigatório, se hoje mereço apenas um cartão com mensagens
pré-fabricadas, só queria lhe lembrar que mãe é eternidade.
Pois fique tranquilo,
meu filho, minha filha. Aqui onde estou, lágrimas não apagam o meu amor. Aqui
onde estou só existe lugar para nossas interações mais belas, para as suas
primeiras palavras que desconheciam a distância. Aqui onde estou, só existe
você.
Boi, boi, boi...boi da cara preta...
Benedito José,
à todas as mães do mundo
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