quinta-feira, 6 de outubro de 2011

QUERO E NÃO QUERO MAIS

O ego brinca demais com as pessoas e com seus relacionamentos, pois desta forma imatura ele faz o que sempre gostou de fazer. Cria separação e conflitos por onde passar, mesmo que seja nos ambientes mais sagrados. Esta brincadeira chama-se “quero - não quero mais”.
Não se trata de insegurança coisa nenhuma. É mais um jogo de capricho pessoal, uma queda-de-braço inconseqüente, uma demonstração ou desafio de quem pode mais, uma busca do reconhecimento que nunca vem, uma declaração silenciosa de guerra contra o diferente de si. O inseguro não confia em si mesmo. O ego sabe as armas que têm e como usá-las com confiança, uma vez que acredita obter paz ao criar guerrinhas, cobranças e fofocas como a melhor estratégia de vitória.
O ego é um cara muito ignorante. Ele ignora suas próprias ilusões, ignora que atrasa o próprio crescimento ao agir desta forma, ignora os sentimentos dos outros, apresentando-se como  amigo do rei e dono do cetro num ambiente onde não existem majestades. Ele aplica sua astúcia para apoderar-se de coisas abstratas como se fossem concretas. Apela para o corpo onde deveria imperar as emoções verdadeiras, ou ignora o corpo e se refugia nas coisas do espírito para encobrir certas limitações. O ego é um jogador contumaz e viciado.
Já o inseguro tem medo de tudo, até de jogar. Evita brincar de “quero – não quero mais”, manifestando-se confuso antes do querer. Dá um branco em sua coragem, dá um cinza em suas emoções, dá um nó em suas palavras. Chega a evitar relacionamentos transparentes e bate em retirada cada vez que se vê diante de uma platéia, com medo de ser julgado. Por não passar segurança, abre espaço para pessoas egoistas lhe tratarem com agressividade ou arrogância, sofrendo demais com toda esta situação de indefinição. Aliás, definir não é coisa para o inseguro. Por isso ele sempre atrai relacionamentos com parceiros de grande ego.

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