Para lidar com as loucuras da sociedade e com a insanidade de algumas pessoas, para responder ou tentar investigar o propósito de nossa existência, precisamos todos de um conhecimento sagrado e de uma auto-análise. Religião e Espiritualidade são duas opções disponíveis.
É fácil pertencermos à uma seita ou religião, direcionando-nos a um de seus templos de reunião. Ouvimos e praticamos seus ensinamentos, adequando-nos a um novo tipo de comportamento, sem nos darmos contas de que ainda não respondemos nossas perguntas existenciais mais profundas, pois nossa atenção foi desviada pela presença de dogmas ou crenças inquestionáveis, sem contar o fator medo que geralmente acompanha tais ensinamentos. Acomodamos as perguntas e prosseguimos nossa vida com a prática de determinados rituais.
Para entrarmos no caminho da espiritualidade, a qual nem sempre inclui obrigatoriamente uma religião, abrimos mão das dualidades e ambiguidades, do certo e do errado, afastando-nos do poder pessoal de julgar os outros e desenvolvemos um relacionamento mais íntimo com a origem da vida para compreendê-la melhor e com ela fluir na vibração do amor. Assim aumentamos o respeito por cada ser humano, sem mais aquela coisa de separação ideológica ou cultural, e passamos a enxergar a presença divina em todas as criaturas existentes.
Quando se filtra o olhar com amor e compaixão, nasce uma energia imensa de gratitude em nossos corações, alterando substancialmente a qualidade de nossos relacionamentos. Dá-se aqui a verdadeira entrada no caminho da espiritualidade, expressando gratidão não só pelas pessoas mas também por tudo o que nos acontece, sabendo agora que tudo faz parte de uma orquestração maior da consciência divina, e que estamos aqui nos percebendo individual e momentaneamente, como as gotículas de água no ar que se separaram da cachoeira, até que retornem à corrente e prossigam dançando alegremente por entre as pedras.
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