Certas pessoas se acham na obrigação de concordar sempre com as solicitações dos outros, de atender todas as demandas dos outros, de assim agir para evitar maiores problemas, como se elas é que fossem o problema. Certas pessoas dizem que não sabem dizer “não”, mas repetem esta palavra em outras interações centenas de vezes por dia. Tem gente que se sente obrigada a agradar para não ser rejeitada nem criticada, sem perceber que não está alcançando este objetivo mesmo assim.
“Não” é uma das primeiras palavras que aprendemos na infância. É nos primeiros anos de vida que aprendemos formas básicas de relacionamento e atendimento de nossas necessidades. Quando nos recusamos a ir para a escola, nossa mãe não se preocupa em atender nosso pedido, pois sabe que a escola é algo bom e extremamente necessário para o nosso desenvolvimento. Quando pedimos à ela para comprar um presente caro, se ela não tiver dinheiro ela não se preocupará se esta recusa magoará os nossos sentimentos, afinal ela não tem dinheiro naquele momento. Neste caso, a mãe conhece bem suas limitações, tem plena consciência de sua responsabilidade em educar os filhos, pode diferenciar com maturidade o que seja ou não bom para os filhos naquele contexto de exigência. Dizer “não” sai naturalmente, baseado na certeza de que a palavra “não” também faz bem ao filho em seu aprendizado de crescimento.
Na vida adulta dá-se o mesmo. Dizer “não” também pode ser bom para o aprendizado e crescimento da outra pessoa, em termos de paciência, tolerância, respeito, limites, vontade, disponibilidade, valores, etc. A mente muito se agita quando não respeitamos nossa integridade e dignidade. Na verdade, o crescimento é mútuo quando nos deparamos com uma resposta negativa, pois ela nos leva a colocar tudo na balança, a olharmos para dentro de nós, a reciclarmos nossas necessidades e experiência de vida. Com jeitinho também se diz “não”, com charme, sem fechar as portas ao diálogo, com assertividade, olhos nos olhos, com argumentação e carinho. Basta assumir que sabe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário