quarta-feira, 15 de junho de 2022

FAROESTE AMAZÔNICO

 

 

Não se trata apenas de uma floresta densa, populada por índios. Região cobiçada pelo mundo inteiro por suas riquezas naturais, enfrenta de flechas a satélites internacionais no eterno jogo de ataque e defesa. Tem as tribos selvagens tentando a todo custo sobreviver. Tem as tribos domesticadas e perdidas entre dois mundos contraditórios. Tem os garimpeiros armados para proteger suas vidas e seus achados dourados. Tem os traficantes de drogas produzindo cocaína para o cartel internacional. Tem os guerrilheiros de esquerda dos países vizinhos, treinando sobrevivência na selva. Tem jacarés lutando por dias contra anacondas, enrolados um no outro para dar voz ao instinto animal. Tem os madeireiros destruindo as árvores de maneira ilegal. Tem os seringueiros, alimentando a indústria de borracha do planeta. Tem os estrangeiros roubando nossa biomassa para patenteá-las e se sentirem donos da Amazônia que precisam defender. Tem os atravessadores de peixes que dominam armados suas áreas de pesca. Tem os soldados do Exército Brasileiro prontos a defender a segurança nacional. Tem as populações ribeirinhas, vivendo entre as ameaças dos animais e a escassez de alimentos e saúde. Tem os Jesuítas e Evangélicos tentando converter a Cristo quem cruzar os seus caminhos. Tem estudiosos cientistas catalogando espécies de árvores que um dia poderão oferecer a cura do câncer. Tem repórteres e jornalistas europeus matando sua tara de fotografar índios, para alimentar suas sanhas e memórias de conquistadores. Tem pessoas bem intencionadas, realmente tentando salvar o pulmão do planeta. Tem de tudo no faroeste amazônico. Até o que não vemos.


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