Não se trata apenas de uma
floresta densa, populada por índios. Região cobiçada pelo mundo inteiro por
suas riquezas naturais, enfrenta de flechas a satélites internacionais no
eterno jogo de ataque e defesa. Tem as tribos selvagens tentando a todo custo
sobreviver. Tem as tribos domesticadas e perdidas entre dois mundos
contraditórios. Tem os garimpeiros armados para proteger suas vidas e seus
achados dourados. Tem os traficantes de drogas produzindo cocaína para o cartel
internacional. Tem os guerrilheiros de esquerda dos países vizinhos, treinando
sobrevivência na selva. Tem jacarés lutando por dias contra anacondas,
enrolados um no outro para dar voz ao instinto animal. Tem os madeireiros
destruindo as árvores de maneira ilegal. Tem os seringueiros, alimentando a indústria
de borracha do planeta. Tem os estrangeiros roubando nossa biomassa para
patenteá-las e se sentirem donos da Amazônia que precisam defender. Tem os
atravessadores de peixes que dominam armados suas áreas de pesca. Tem os
soldados do Exército Brasileiro prontos a defender a segurança nacional. Tem as
populações ribeirinhas, vivendo entre as ameaças dos animais e a escassez de
alimentos e saúde. Tem os Jesuítas e Evangélicos tentando converter a Cristo
quem cruzar os seus caminhos. Tem estudiosos cientistas catalogando espécies de
árvores que um dia poderão oferecer a cura do câncer. Tem repórteres e
jornalistas europeus matando sua tara de fotografar índios, para alimentar suas
sanhas e memórias de conquistadores. Tem pessoas bem intencionadas, realmente
tentando salvar o pulmão do planeta. Tem de tudo no faroeste amazônico. Até o
que não vemos.
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