A âncora não sabe que é
tão forte quanto o mar, ela apenas faz o que consegue com naturalidade. Agarra
correntezas, quebra a força das ondas, nocauteia Netunos e Sereias, dando um
lugar único aos navios grandiosos. Se todas as pessoas ocupam um lugar no
espaço, este espaço torna-se mais importante do que o que a pessoa faz com suas
movimentações. Movendo-se ou não, seu espaço nunca a deixa, seu espaço é marca
registrada, é âncora em mares bravios. O espaço de cada um é fiel escudeiro,
fiel companheiro do corpo por onde for ou estacionar. Inseparáveis,
silenciam-se na ilusão de estarem sós, enquanto o mundo registra suas
circunstâncias. O espaço externo pode até ignorar os espaços internos, mas tudo
é questão de percepção. O olho é âncora também nos mares da percepção.
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