A emoção que mais nos afasta da iluminação é a raiva, uma vez que ela nos cega e cresce como bola de neve rolando montanha abaixo. Raiva nasce do conflito interno e se manifesta como uma força violenta contra as outras pessoas. Raiva nasce da falta excessiva de consciência do que esteja realmente acontecendo. Raiva é um grito abortivo da voz que foi anulada.
Mesmo quando se tenta abafá-la ou escondê-la, a raiva mostra seus dentes diante da menor provocação. Isto acontece porque ela é fruto das comparações associadas aos sentimentos de inadequação e injustiça. A não-aceitação de si mesmo desencadeia um sentimento incontrolável de agressão devido à dor de não poder crescer. Todos querem o sucesso, o crescimento, o progresso e a evolução, mas quando nos deparamos com obstáculos indesejáveis, direcionamos a força negativa de inadequação sobre a cabeça das outras pessoas. Assim, a raiva se torna, ela mesma, o maior de todos os obstáculos à nossa felicidade.
Na ausência da raiva acontecem as chances de felicidade e êxtase. Felicidade é aceitar a si próprio, é abrir espaço para identificar com integridade os próprios defeitos e casá-los com as qualidades pessoais para se sentir completo e único. Felicidade é ver que somos todos iguais na essência e prontificar-se a fazer diferença positiva na vida das pessoas. Felicidade é eliminar o sentimento de que não somos suficientes para alguma pessoa e abraçar a impermanência das coisas para compreendermos, finalmente, que nós renascemos e nos renovamos a cada instante. O ato de servir ao próximo é o passo mais eficiente para se dissolver a raiva e a não aceitação de si mesmo.
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