Toda criança começa a andar e a falar em busca de ter autonomia para fazer o que quer. Todo adolescente quer ter autonomia em relação aos pais. Todo jovem busca sua autonomia financeira para realizar os sonhos. Já o adulto fica doente se perder a autonomia. Embora ela seja tão importante, quase ninguém fala sobre este assunto.
Autonomia é a capacidade de promover mudanças na própria maneira de pensar e no comportamento, em relação às exigências do mundo externo. É a liberdade em ação rompendo limites, quebrando regras, explorando novos horizontes, fortalecendo as próprias crenças, estruturando a identidade pessoal, construindo a auto-estima e o muro da resistência contra as sugestões de terceiros. Uma vez adquirida, torna-se instrumento vital de manutenção da auto-imagem que projetamos na sociedade.
A perda da autonomia pode ser causa e sintoma de depressão. Desde o paciente que passa a precisar da ajuda de um enfermeiro nas atividades mais básicas, até a pessoa que passa a ser dominada e controlada pelo parceiro, a ausência ou sensação de ter perdido a autonomia traz apatia e pode, as vezes, gerar alucinações. Se ocorrer dentro de um quadro depressivo com síndrome do pânico, a falta de autonomia impede até mesmo a chegada de ajuda significativa, ao tecer uma rede de tensão e pensamentos repetitivos.
É possível aprender a gerenciar os níveis de estresse antes que isto aconteça. Gerenciá-los depois fica muito mais difícil. Quem conhece bem a si mesmo, precisa sempre identificar o que se repete em sua vida, em termos de comportamento e pensamentos, nos momentos de saúde, pois estes padrões de comportamento serão multiplicados durante a depressão, se ela ocorrer. É possivel trabalhar antes naquelas frases que usamos, com frequência, para boicotarem nossos esforços e sonhos. Assim nos tornamos mais flexíves e menos susceptíveis aos ataques de ansiedade e pânico, tão comuns nos dias de hoje.
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