quinta-feira, 17 de março de 2011

O QUERER DE DEUS


Há algumas semanas atrás, na India, quando perguntaram à Bhagavan o que ele espera de cada um de nós, após nos ter dado tantos ensinamentos rumo ao despertar, ele respondeu que apenas deseja a nossa paixão pelo despertar, a nossa vontade, o nosso foco, a nossa intenção pelo desenrolar do processo, a nossa fé na possibilidade real de despertarmos, mesmo que a gente esqueça todos os seus ensinamentos. Faz sentido.

A paixão é o combustível que nos permite continuar na jornada, mesmo que seja por anos a fio, até que a Graça Divina nos encontre frente a frente em algum momento de entrega e autenticidade. Afinal, ser autêntico é pre-requisito fundamental para a iluminação. Como o despertar é uma jornada e não um destino a alcançar, só a paixão nos mantêm neste caminho, só a paixão conseguirá manter a nossa chama acesa se o despertar for gradual. Quem apenas esperar pelo despertar como um evento único, instantâneo, pode quebrar a cara pois quem espera é a mente. Não precisa fazer nada e nem esperar. Basta se entregar confiante e continuar sua vida normal.

Se fizermos o mesmo, ou seja, se perguntarmos à Deus o que Ele espera de nós após nos ter dado tanto, e se pudéssemos ouvir sua resposta, é muito provável que suas palavras sejam em torno do despertar da consciência para Dele nos aproximarmos mais. Para que isso acontecesse, Ele nos pediria mais atenção no momento presente, onde Ele se encontra, para que nossa experiência de comunhão e unidade não fosse interrompida pelos pensamentos, mas que fosse vivida em intensidade na suspensão do tempo e na eternidade do Ser. Talvez Ele nos pedisse para sermos mestres de nós mesmos, que tivéssemos a coragem de caminhar sozinhos sem nos encostar em outras pessoas ou filosofias, que voltássemos à raiz da raiz da raiz de nós mesmos, ou seja, à origem da vida. Só na origem é que entenderíamos finalmente que fora Dele nada existe.

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