Grande parte da população comum morre de medo de rituais, chamando-os de macabros, força do bicho, pecado e coisa e tal. Estas mesmas pessoas ignoram a tradição milenar da existência humana em repetir certas coisas para reforçar outras.
Desde a infância a criança é treinada a cultivar pequenos rituais, para solidificar um comportamento desejado pelos pais. No mundo dos adultos os rituais trocam de nome e se tornam métodos, rotinas, programas, missas, cultos, protocolos, horários, regras, mandamentos, sistemas, leis, pesquisa científica, manual, higiene pessoal, tudo isto visando a repetição de um determinado comportamento, ou uma resposta adequada e aceita por quem os instituiu. Só deixou de ser ritual no nome, mas na essência nada mudou. A mente humana aprende pela repetição, tornando-nos criaturas de hábitos, e os rituais nada mais são do que uma abertura para você receber uma determinada frequência vibratória.
O que muda então? A intenção do que se faz e como se faz. Só o coração de cada pessoa sabe de suas intenções verdadeiras, muitas vezes provocadas pelo medo e separação inventados pela mente. Se algo se tornou repetitivo é porque a pessoa ainda não aprendeu o que devia ter assimilado através da experiência, ou seja, ainda ficou na forma, na aparência, na demonstração, na teoria, no vazio de intenções de crescimento real e na falta de desapego do ego que quer ver seus desejos atendidos. Até que um dia ela descubra a razão maior de gostarmos tanto de cerimônias ou rituais e as temermos ao mesmo tempo. As cerimônias nos ensinam a entrega total como território para a prática do amor incondicional, mas o ego não deixa. Para ele é arriscado demais se dar.
Quando se evolui, pode-se até repetir tal comportamento ou ritual, mas desta vez não será externo, não se baseará em negociações e barganhas. Virá do coração, mesclado de boas intenções e respeito pelos outros. Virá da conexão com algo maior do que somos. Virá de um território interior de consciência mais elevada. Aí sim a forma já não terá mais força, pois deu lugar à consciência e à comunhão com as leis imutáveis do universo. Aí o amor venceu.
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