quinta-feira, 10 de março de 2011

CÉUS E INFERNOS



O inferno e o céu são criados dentro do coração humano. Cada um faz de si o que quer, cada um dá o sabor escolhido às suas próprias palavras e atitudes. Só não evolui quem não quer, só não cresce em consciência quem se apega desesperadamente ao ego na tentativa de sustentar as próprias opiniões; só não desperta a consciência quem insiste na separação, pelo julgamento que se veste de primeiras impressões e segundas intenções.

Quem quiser crescer terá que olhar para dentro de si imparcialmente; terá que conviver com a dor e a delícia da própria essência humana se não quiser permanecer na escuridão. O que alimenta a essência divina dentro de cada pessoa é o contato constante com o silêncio interior, pois o barulho da mente nos afasta de Deus cada vez que teimamos em defender uma idéia ou posição em busca de significância. Não existe nada além de Deus, mas se percebemos erroneamente algo mais além de Deus é porque caimos no reino da ilusão, é porque nos afastamos Daquilo que procuramos como Deus e nos esquecemos de que Deus se reflete em cada ser humano, em cada pessoa que julgamos, em cada pessoa que crucificamos, em cada pessoa que nos incomoda ou nos aponta nossas deficiências. Deus , portanto, é essa força vital que nos assopra a alma e nos pede para nos esquecermos do egoismo e de nossas inseguranças, pede-nos para nos entregar à Ele e Nele nos dissolvermos em amor.

Há muitos seguidores e poucos pastores. Essa é a razão maior de não termos tantas pessoas despertas em consciência. Todas as escrituras sagradas revelam algo que as próprias instituições religiosas ocultam, o fato de que Deus mora dentro do coração de todas as pessoas, o fato de que tudo o que experimentamos saiu de nosso coração e a ele retornou com as emoções germinadas pelo ego cego ou pela consciência de quem a tem. A palavra “cEGO” não vê o ego nela, mas permanece na escuridão das próprias idéias e conceitos defendidos. Seguir alguém, dentro deste processo de consciência, passa a significar um abandonar-se de si mesmo, um trocar da verdade divina pela falácia dos homens. Só cresce em consciência quem retorna para dentro de si, para os territórios amorosos do coração onde Deus habita. Coração não é casa de aluguel, é um pedaço da origem de tudo.

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