quarta-feira, 30 de outubro de 2024

METAL, ESPELHO, ESPONJA (3)

 

O tempo em que se passa desconfiando, resistindo, traduzindo, interpretando o outro, não se pode chamar de relacionamento. O tempo em que se passa defendendo posicionamentos pessoais, atacando as diferenças, irritando por meio de confrontações, duvidando do que se recebe, não pode ser chamado de vida. O tempo do metal é precioso somente para si, é rígido para a outra parte, é metódico à outras pessoas ao seu entorno. O tempo do espelho é descuidado, sem relógios, sem possibilidade antecipada de perdas. O tempo da esponja é cansativo, sem o descanso necessário, ansioso por natureza. Cada um deles cria uma linha, paralela e inconsciente, de caminhos emocionais apropriados de egoismo. Quem não está ocupado internamente com as próprias alucinações, tem mais tempo para amar e desapropriar-se de caminhos desnecessários.


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