Duas pessoas em
relacionamento amoroso são como dois farmacêuticos atuando profissionalmente e
medicando um ao outro. Cada um acredita nos próprios diagnósticos, no próprio
conhecimento e interpretação dos sintomas apresentados, sem se ver como parte
da solução, fora do que apresentou como remédio. Pouco a pouco se afastam, mais
por temor de sofrer do que pelo que juntos viveram. Cada um tem sua dor
existencial, suas demandas silenciosas e seus medos assustadores e irreais, mas
lhes falta o diálogo aberto, uma certa cumplicidade, lhes falta transparência
de passado remoto e de futuro imaginário compartilhado. Isso explica muitos
relacionamentos que não dão certo.
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