Os sentimentos não possuem medida
determinada. Eles se permitem a pequenez e a grandeza. Um olhar de filho no
colo da mãe tem estas duas medidas. Uma prece do coração, também. Dependendo do
container, ele só quer ficar quietinho ali dentro, existindo sem ser
incomodado, ou então só quer extravasar para ser notado na falta de palavras
específicas. Muito sentimento, pouco sentimento, é indiferente quantificar o
que se sente, ainda que afirmemos sentir muito amor ou receber pouco carinho de
algumas pessoas no estado comparativo. Por isso os poetas os escondem debaixo
da pedra no caminho, ou os espalham no morro dos ventos uivantes em cem anos de
solidão. Por isso a natureza os domina com maestria em cada orvalho, em cada
estrela cadente, em cada canto de pássaro, demonstrando seu sentimento de
glória pelo Criador. É na aura das pequenices que o sentimento se faz gigante.
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