Um raio rasga a noite, juntando-se a
outros raios e prenunciando a chuva. Quem o vê ou escuta, entende a mensagem. O
clarão revela as condições propícias para uma forte chuva, sobre a qual os
pobres mortais nada podem fazer para impedi-la. Nuvens misturam suas cargas
elétricas, efusivamente. A natureza desencadeia processos, conhecedora do que
veio antes e do que virá. O raio se foi, cumprindo o papel de arauto. A nuvem
escura se liquefaz, espalhando gotas pelo espaço vazio. Outras nuvens se
aproximam na fila de espera. Clarões se revelam momentaneamente, superando a
iluminação artificial das cidades, feito dia. Trovões contam estórias na mente
das crianças temerosas, ora espaçando-se, ora se aglutinando, enquanto a
calmaria não vem. Acima do chão, chove uma metáfora da vida.
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